Panorama internacional

EUA repreendem ministro israelense que rebate: 'Israel não é mais uma estrela na bandeira americana'

A administração Biden criticou dois ministros israelenses por conta de seus apelos para reassentar palestinos fora da Faixa de Gaza, e acabou ouvindo de um deles que o governo de Israel "fará o que é melhor para o Estado israelense".
Sputnik
A retórica do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, "é inflamatória e irresponsável" e "deveria parar imediatamente", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado na terça-feira (2).

"Temos sido claros, consistentes e inequívocos ao afirmar que Gaza é terra palestina e continuará a ser terra palestina, com o Hamas já não no controle do seu futuro e sem grupos terroristas capazes de ameaçar Israel", acrescentou Miller, segundo a agência Bloomberg.

As declarações são uma rara repreensão pública que sublinha o aprofundamento das divisões entre os Estados Unidos e Israel sobre o destino do território, analisou a mídia.
O jornal israelense Haaretz informou que Ben-Gvir defendeu um plano que faria com que os palestinos em Gaza emigrassem para outros países. Já Smotrich apelou à criação de assentamentos israelenses no enclave.
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Em uma postagem no X (antigo Twitter), Ben-Gvir rejeitou as críticas de Miller, afirmando que o governo faria o melhor "para o Estado de Israel".

"Agradeço muito os Estados Unidos, mas com todo o respeito, não somos mais uma estrela na bandeira americana. Os Estados Unidos são o nosso melhor amigo, mas antes de tudo faremos o que for melhor para o Estado de Israel: a migração de centenas de milhares [de pessoas] de Gaza permitirá que os residentes do enclave voltem para casa e vivam em segurança e protejam as Forças de Defesa de Israel", disse o ministro.

Paris também acrescentou sua voz à condenação das falas dos ministros apelando a Tel Aviv para "se abster de tais declarações provocativas, que são irresponsáveis ​​e alimentam tensões".

"A França recorda que a transferência forçada de populações constitui uma violação grave do direito internacional na acepção das Convenções de Genebra e do Estatuto de Roma. […] não cabe ao governo israelense decidir onde os palestinos devem viver nas suas terras", lê-se no comunicado da chancelaria francesa citado pelo jornal The Times of Israel.

No entanto, ambas as nações apoiam a campanha militar de Israel na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 22 mil mortos e mais de 57 mil feridos, além de quase 80% da população palestina do enclave ter deixado suas casas e estar nas ruas, sem abrigo ou proteção.
No último 29 de dezembro, Washington aprovou para Israel uma venda militar de projéteis M107 de 155 mm e equipamentos relacionados, avaliada em US$ 147,5 milhões (R$ 714 milhões), conforme noticiado.
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