"São áreas em que tem se encontrado muito petróleo, em particular na África e, aqui próximo, em países como as Guianas e o Suriname, sem falar na Venezuela, que tem a maior reserva de petróleo do mundo, com mais de 200 bilhões de barris. Esses sinais apontam que a região concentra uma grande reserva de petróleo, e, uma vez comprovado, isso pode gerar uma série de potenciais econômicos e sociais", resume o especialista.
O que é o novo pré-sal?
"É importante destacar que o pré-sal é uma bacia única até o momento, principalmente pela grande produtividade. Determinados poços produzem de forma extraordinária, algo em torno de 50 mil barris de petróleo por dia, número registrado em poucas localidades do mundo. […] Na Margem Equatorial, a Petrobras começou agora pela bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, mas há uma campanha exploratória, feita até anteriormente, que apontou só nessa área algo em torno de 4 a 6 bilhões de barris", diz o engenheiro.
Brasil tem autossuficiência em petróleo?
"Sabemos que as contas públicas não são boas, o governo tenta zerar o déficit, que é algo super difícil, mas pelo menos há expectativas para o futuro", diz. E com a proximidade de as reservas do pré-sal se exaurirem, o possível papel da Margem Equatorial fica ainda mais importante para o país, acrescenta.
Por que a Petrobras aposta tanto no novo pré-sal?
"Para manter um navio-plataforma em alto-mar, é necessária toda uma cadeia ampla e diversificada de suprimentos, materiais e serviços onde a atividade acontece. Vai desde empresas especializadas em recuperação de máquinas até hotelaria, alimentação e mercado imobiliário. […] Isso por si só mostra as oportunidades que a indústria de petróleo gera enquanto investimentos, geração de empregos e movimentação de negócios na cadeia de fornecedores, além da instalação de empresas multinacionais", resume.
Como a dependência do petróleo contribui para as mudanças climáticas
"Surgiriam conflitos internacionais para o controle e a retirada do óleo, além de medidas compensatórias. Até o momento o país já demonstrou estar despreparado para responder a esses acidentes, como ficou evidente no final do ano de 2011, com o derramamento pela plataforma da Chevron na bacia de Campos, e durante o vazamento de 2020 que assolou todo o litoral norte do país", pontua.