Panorama internacional

Cooperação China-EUA 'não é mais uma opção, mas um imperativo ao mundo', diz Wang Yi aos americanos

No aniversário das relações sino-americanas, o chefe da política externa da China disse que o país asiático "não busca hegemonia" e que o uso do "grande bastão das sanções" não deve ser manipulado para exercer poder "a cada passo".
Sputnik
Discursando em um evento que marca o 45º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre China e Estados Unidos hoje (5), o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse que a tarefa mais urgente para as relações sino-americanas é estabelecer um entendimento correto.

"Pode-se dizer que a cooperação China-EUA não é mais uma opção para os dois países e mesmo para o mundo, mas um imperativo que deve ser abordado seriamente", disse Wang, citado pela agência Reuters.

O chanceler afirmou que a cooperação é a "escolha mais correta para Pequim e Washington se darem bem", e que o governo chinês espera que o governo norte-americano relaxe a sua mentalidade e "em uma atitude de igualdade e inclusão" respeite as escolhas feitas pelo povo chinês e o caminho de desenvolvimento da China, inclusive na defesa da sua soberania nacional e integridade territorial.
"Estamos dispostos a comprometer-nos com a construção de uma relação estável, saudável e sustentável entre a China e os EUA com base no respeito mútuo", disse o chanceler.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi (segundo à esquerda), fala com convidados após fazer um discurso em uma recepção para comemorar o 45º aniversário das relações diplomáticas China-EUA na Diaoyutai Guest House em Pequim, em 5 de janeiro de 2024
Wang também declarou que o desenvolvimento e a revitalização da China têm um "forte impulso endógeno", o que, segundo ele, significa que Pequim assumirá maior responsabilidade pela paz e pelo desenvolvimento do mundo.
"Não temos intenção de substituir ninguém e não temos intenção de buscar hegemonia", afirmou.
Por fim, o ministro pontuou que embora China e Estados Unidos tenham sido construídos sobre antecedentes diferentes, as diferenças não devem levar ao confronto, e que o "grande bastão das sanções" não deve ser usado a cada passo para exercer poder ou hegemonia.
"Devemos insistir na coexistência pacífica, e o mais importante é gerir eficazmente as diferenças", complementou.
De acordo com a mídia, David Meale, vice-chefe da missão dos EUA na embaixada norte-americana em Pequim, que participou do evento com Wang, disse que "enquanto olhamos para 2024, meus colegas na Embaixada dos EUA e em nossos quatro consulados gerais estão ansiosos para trabalhar com nossos homólogos para continuarem a gerir de forma responsável a nossa relação bilateral".
Os dois países têm não só divergido em questões políticas referentes a seus próprios governos como também em ações envolvendo a comunidade internacional, com os Estados Unidos encaminhando suas forças militares para o mar do Sul da China, impondo sanções pesadas contra Pequim na área de semicondutores e defesa e condenando a parceria entre Rússia e China.
Comentar