O navio de guerra indiano INS Chennai interceptou o cargueiro MV Lila Norfolk, com bandeira da Libéria, menos de um dia depois de ter recebido um relatório de que o navio havia sido sequestrado a cerca de 460 milhas náuticas da Somália.
"A tentativa de sequestro pelos piratas foi provavelmente abandonada com o forte aviso da Marinha indiana, com a aeronave de patrulha marítima e a interceptação por um navio de guerra", disse a força em comunicado, citado pela Reuters.
Segundo um relatório recebido pela agência de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO, na sigla em inglês), cerca de cinco a seis pessoas armadas abordaram o MV Lila Norfolk na quinta-feira (4).
O navio sequestrado tinha como destino o porto Khalifa bin Salman, no Bahrein. Não ficou imediatamente claro o que ele carregava.
A Marinha indiana disse que todos os 21 tripulantes a bordo, incluindo 15 indianos, foram retirados do cargueiro e um navio de guerra estava ajudando a restaurar a energia para que a embarcação pudesse retomar sua viagem.
O sequestro e a tentativa de sequestro de navios comerciais no golfo de Áden e no mar da Arábia foram retomados em dezembro, após uma calmaria de seis anos.
Especialistas acreditam que os piratas foram encorajados pelo fato de as forças navais antipirataria lideradas pelos Estados Unidos desviarem sua atenção para o vizinho mar Vermelho para impedir os ataques dos rebeldes houthis.
"O súbito renascimento dos sequestros e ataques de navios só pode ser atribuído à vontade dos piratas de tirar vantagem do fato de o foco das forças marítimas antipirataria ter mudado em grande parte do golfo de Áden para o mar Vermelho", disse Abhijit Singh, chefe da Iniciativa de Política Marítima do think tank Observer Research Foundation.
Dados do Centro de Fusão de Informações da Marinha Indiana — Região do Oceano Índico (IFC-IOR, na sigla em inglês) mostram pelo menos três sequestros em dezembro. O último incidente do tipo tinha sido relatado em 2017.