A telemaratona foi produzida em conjunto pelas seis principais redes televisivas da Ucrânia no início dos embates entre Moscou e Kiev, no início de 2022. Segundo o jornal norte-americano, o quadro perdeu a popularidade por pintar "um quadro muito otimista" do conflito.
O programa, segundo a mídia dos EUA, "esconde desenvolvimentos preocupantes na linha de frente e a erosão do apoio do Ocidente à Ucrânia".
A audiência da telemaratona diminui de 40% do total de telespectadores em março de 2022 para apenas 10%. Os dados são da Detector Media, órgão de fiscalização dos meios de comunicação ucranianos.
"Todos estão fartos desta imagem que diz: 'Estamos ganhando, todos gostam de nós e nos dão dinheiro'", disse ao NYT o chefe do Instituto de Informação de Massa, com sede em Kiev. "É propaganda estatal."
De acordo com o especialista da Detector Media, Igor Kulias, ao longo de 2023 a telemaratona enfatizou "a eficácia e habilidade das forças ucranianas", enquanto retratava as tropas russas como "em estado de pânico, sofrendo perdas significativas e rendendo-se em massa". Isto, no entanto, "era uma realidade completamente diferente" daquela que estava de fato acontecendo no campo de batalha, destacou.
O programa, que é veiculado 24 horas por dia, foi criado por ordem do presidente Vladimir Zelensky. Três canais de oposição ao seu mandato foram vetados de participar no projeto, que recebe cerca de 40% de seu financiamento do governo. Segundo Kulias, 68% dos convidados políticos do programa no último ano eram do partido Servo do Povo, o mesmo de Zelensky.