Panorama internacional

Crise no Equador: Rafael Correa oferece apoio ao atual presidente e pede que ele 'não desista'

O ex-presidente equatoriano Rafael Correa (2007–2017) divulgou, na noite desta terça-feira (9), uma mensagem em vídeo na rede social X (antigo Twitter) expressando seu apoio ao atual presidente, Daniel Noboa, em meio aos atos de violência generalizada por parte de criminosos.
Sputnik
"O crime organizado declarou guerra ao Estado, e o Estado deve prevalecer. O Estado deve vencer. O presidente Daniel Noboa tem o nosso apoio total e irrestrito. Qualquer desavença politica será discutida no dia seguinte à vitória. A pátria novamente vencerá", afirmou Correa no vídeo.

"Compatriotas, o país vive um verdadeiro pesadelo, algo impensável, inimaginável muito recentemente. Fruto da destruição sistemática do Estado de Direito, dos erros, do ódio acumulado ao longo dos últimos sete anos e do qual temos sido uma das principais causas das vítimas, mas hoje é um momento de unidade nacional", acrescentou o ex-presidente.

Mais cedo, um grupo de homens armados e encapuzados invadiu os estúdios da emissora TC Televisión, na cidade de Guayaquil, e manteve os trabalhadores como reféns.
A polícia conseguiu deter os envolvidos. Grupos armados entraram também na Universidade de Guayaquil e tentaram sequestrar estudantes e funcionários, gerando um caos considerável.
Panorama internacional
Facções criminosas prometem guerra, e presidente do Equador declara 'conflito armado interno'
Logo depois, Noboa declarou existência de conflito armado interno, determinando que as Forças Armadas "executem operações militares", respeitando os direitos humanos e o direito humanitário internacional "para neutralizar" esses grupos do crime organizado.
A declaração de conflito armado interno se soma ao estado de emergência de 60 dias decretado na segunda-feira (8) por Noboa, após a fuga de Adolfo Macías, vulgo Fito, considerado um dos criminosos mais perigosos do país, que cumpria 34 anos de prisão na Penitenciária do Litoral, localizada no sudeste do Equador.
Facções declararam que qualquer pessoa que estiver nas ruas após 23h seria "executada".
Nos últimos dois dias, foram registrados vários acontecimentos violentos no país, como o sequestro de polícias e a retenção de guias prisionais em diversas prisões, bem como motins de presos, incêndios de carros e explosões nas ruas.
Em 2023, o Equador teve o ano mais violento de sua história, com mais de 7 mil homicídios, o que levou o país a ter um dos maiores índices da América Latina. Há apenas quatro anos, o Equador era um dos países mais seguros da região.
Eleito em outubro do ano passado, Daniel Noboa, de 36 anos, prometeu acabar com os cartéis do país ligados ao tráfico de drogas e ao crime organizado.
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