A primeira missão lunar dos Estados Unidos, feita por uma empresa privada, já começou com diversos problemas, mas a perda crítica de combustível fez a iniciativa falhar. Conforme a Astrobotic, responsável pela ação, não há "nenhuma chance de pouso suave" na Lua.
Na segunda (8), a nave especial Peregrine decolou da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral (CCSFS, na sigla em inglês), na Flórida, após um lançamento que criou grandes expectativas para o sucesso da missão.
Porém, bastaram algumas horas para os problemas começarem: desde a incapacidade do painel solar do Peregrine em manter a bateria carregada até o defeito de propulsão que danificou a parte externa da nave. Com isso, restam apenas 40 horas de combustível e, segundo a Astrobotic, a operação será mantida até ficar sem propulsão.
Falha afeta estratégia norte-americana
Para reduzir custos, o governo dos Estados Unidos passou a apostar em missões espaciais realizadas por empresas privadas. Porém, a falha da Astrobotic pode fazer o país rever a estratégia. A NASA, agência espacial norte-americana, chegou a pagar mais de US$ 100 milhões (R$ 490 milhões) para a empresa transportar um hardware científico para a Lua. O aparato eletrônico vai estudar a composição da superfície da região e a radiação no ambiente circundante.
Além dos equipamentos científicos, a espaçonave Peregrine carregou objetos enviados pelos seus clientes para o espaço, como um Bitcoin físico, restos de cremação e até DNA, incluindo os do criador de Star Trek, Gene Roddenberry, do lendário autor de ficção científica e cientista Arthur C. Clarke e de um cachorro.
Quais missões pousaram na Lua?
Em abril de 2019, outra missão lunar privada também não teve sucesso: o lander Beresheet de Israel foi destruído ao colidir com a Lua. Operada pela companhia japonesa ispace, a missão Hakuto caiu em abril do ano passado. A próxima tentativa será da norte-americana Intuitive Machines, com previsão de lançamento em fevereiro.
Com isso, somente algumas agências espaciais nacionais tiveram sucesso: a primeira foi a então União Soviética, em 1966, seguida pelos Estados Unidos na corrida espacial lunar. Só em 2013 o terceiro país conseguiu chegar ao satélite natural da Terra, que foi a China e, depois, a Índia, no ano passado.
A próxima tentativa comercial será da Intuitive Machines, com sede em Houston, que está lançando em fevereiro, com destino ao polo sul lunar.