A organização Human Rights Watch divulgou nesta quinta-feira (11) seu Relatório Mundial 2024, no qual afirma que a transferência de armas do governo do presidente americano, Joe Biden, para Israel, em meio à ofensiva israelense na Faixa de Gaza, viola as leis e políticas internas dos EUA, que exigem que os destinatários de armas cumpram as diretrizes do direito internacional, o que não seria o caso de Israel em sua ofensiva.
"O presidente Biden criticou fortemente o ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, que resultou na morte de centenas de israelenses e outros civis. Ele prometeu maior apoio à defesa de Israel, além da ajuda militar anual já aprovada. Essa assistência de segurança e transferências de armas violaram as leis e políticas internas dos EUA, que condicionam a ajuda militar dos EUA a garantir que os parceiros não violem o direito internacional", disse a organização
De acordo com a HRW, após o ataque do Hamas em 7 de outubro, a administração Biden solicitou US$ 14,3 bilhões (cerca de R$ 69,7 bilhões) para enviar mais armas para Israel, além dos US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 18,5 bilhões) em ajuda militar dos EUA que Israel recebe anualmente.
Os EUA também transferiram ou se comprometeram a transferir bombas de pequeno diâmetro, kits de orientação Joint Direct Attack Munition (JDAM), projéteis de artilharia de 155 mm e 1 milhão de cartuchos de munição, entre outras armas.
"No entanto, os EUA suspenderam os envios de armas ligeiras devido à preocupação de que estas pudessem ser transferidas para colonos responsáveis pela violência contra os palestinos na Cisjordânia", acrescenta o relatório.
Desde 7 de outubro, a administração Biden não impôs condições sobre como Israel poderia usar a sua ajuda militar no meio da guerra em curso com o Hamas. Tanto o Pentágono como a Casa Branca afirmaram confiar que Israel utilizará essa ajuda de forma adequada.