Os políticos ucranianos têm medo de assumir a responsabilidade pelo novo plano de mobilização, escreve na quinta-feira (11) o jornal norte-americano Politico.
O novo projeto de lei da Suprema Rada reduziria a idade de alistamento de 27 para 25 anos, de limitar os adiamentos para homens com deficiências leves e de aumentar as penalidades para os desertores. O objetivo é fisgar cerca de meio milhão de homens para o front.
O projeto de lei, que foi retirado na quinta-feira (11) para revisão, é tão impopular entre os ucranianos que o presidente Vladimir Zelensky prefere que ele seja proposto pelo governo e não por ele mesmo, diz o Politico.
Ele acrescenta que os ucranianos não têm pressa em se juntar às Forças Armadas da Ucrânia em meio ao fracasso da contraofensiva, aos escândalos de corrupção no Exército, e a preocupação com violações de direitos humanos. Segundo o jornal, o entusiasmo inicial de ucranianos que viviam no país e em outros países do Leste Europeu para combater as forças russas "se evaporou" devido a essas razões.
Além disso, a mobilização também traz problemas econômicos para o país, indica o artigo, embora o projeto de lei também preveja o regresso dos atuais soldados para a vida civil dentro de um ano.
Cerca de US$ 46 bilhões (cerca de R$ 224 bilhões), ou mais de um quinto da economia ucraniana, são dedicados ao conflito, aponta o Politico.