Panorama internacional

Houthis prometem 'resposta forte' após novo ataque dos EUA; Europa se divide ante ação militar

Neste sábado (13), a base naval de Hodeidah, no oeste do Iêmen, foi alvo de novo ataque por parte da coalizão dos EUA e os aliados, disse uma fonte à Sputnik. A investida feita ontem (12) visava um local de radar dos houthis, informou o Comando Central do Pentágono.
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Os houthis ameaçaram dar uma "resposta forte e eficaz" depois que os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram outro ataque no Iêmen durante a noite de ontem (12).

"Este novo ataque terá uma resposta firme, forte e eficaz", disse o porta-voz dos houthis, Nasruldeen Amer, acrescentando que não houve feridos nem "danos materiais", segundo a agência Reuters.

Mohammed Abdulsalam, outro porta-voz do grupo, disse à mídia que os ataques, incluindo o que atingiu durante a noite uma base militar em Sanaa, não tiveram impacto significativo na capacidade do grupo de impedir que navios afiliados a Israel passassem pelo mar Vermelho e pelo mar da Arábia.
Os houthis dizem que a sua campanha marítima, a qual está em curso desde outubro, visa apoiar os palestinos sob cerco e ataque israelense na Faixa de Gaza. Na sexta-feira (12), centenas de milhares de pessoas manifestaram-se em Sanaa, entoando slogans denunciando Israel e os Estados Unidos.
Em um comunicado emitido na quinta-feira (11), Joe Biden, presidente dos EUA, disse que "os militares conduziram o ataque com sucesso" e que Washington não hesitará em tomar medidas adicionais para proteger o "fluxo livre do comércio internacional" na zona marítima, conforme noticiado.
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Europeus divididos

Apesar de contar com apoio britânico, os norte-americanos encontram uma Europa mais resistente para lidar com maior envolvimento com a situação. Por exemplo, Itália, Espanha e França não participaram das investidas.
Falando sob condição de anonimato, uma autoridade francesa disse à mídia que Paris temia que, ao aderir aos ataques liderados pelos EUA, tivesse perdido qualquer influência que tinha nas negociações para acalmar as tensões entre o Hezbollah e Israel.
A França concentrou grande parte da sua diplomacia nas últimas semanas em evitar uma escalada no Líbano.
A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, afirmou que a Espanha não aderiu à ação militar no mar Vermelho porque queria promover a paz na região: "Cada país tem de dar explicações pelas suas ações. A Espanha estará sempre comprometida com a paz e o diálogo", disse Robles aos jornalistas em Madri.
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O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, deixou clara a sua relutância em atacar os Houthis, dizendo à Reuters que a sua agressão tinha de ser interrompida sem desencadear uma nova guerra na região.
Antes dos ataques desses últimos dois dias, os Estados Unidos lançaram a Operação Prosperity Guardian – para proteger as embarcações que passam pela região – a qual também não teve plena adesão por parte dos europeus.
Itália, Espanha e França não aderiram à missão, não querendo colocar os seus navios de guerra sob o comando dos EUA.
A divergência realça as divisões no Ocidente sobre como lidar com os houthis, apoiados pelo Irã.
A crise do mar Vermelho contribuiu para a propagação do conflito no Oriente Médio desde que militantes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo 240 reféns.
Tel Aviv respondeu devastando grandes áreas de Gaza para tentar aniquilar o Hamas. Um total de 23.843 palestinos foram mortos em ataques israelenses, informou o Ministério da Saúde de Gaza em comunicado no sábado (13).
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