Panorama internacional

Comércio através do mar Vermelho está 70% abaixo do volume esperado, aponta relatório

Os ataques dos houthis a navios porta-contêineres reduziram o tráfego pelo сanal de Suez e causaram impacto no comércio mundial.
Sputnik
O comércio global despencou 1,3% entre novembro e dezembro de 2023, como resultado dos ataques dos houthis a navios mercantes no mar Vermelho, de acordo com um novo relatório do Instituto Kiel para a Economia Mundial.
O instituto, com sede em Kiel, Alemanha, afirmou na quinta-feira (11) que o volume de contêineres transportados através do mar Vermelho caiu para menos de metade em dezembro e está atualmente quase 70% abaixo do volume que normalmente seria esperado.
Dados da pesquisa mostraram que atualmente cerca de 200 mil contêineres são transportados diariamente através do mar Vermelho, abaixo dos cerca de 500 mil por dia registrados em novembro.
"O desvio de navios, devido aos ataques no mar Vermelho, em torno do Cabo da Boa Esperança, na África, significa que o tempo necessário para transportar mercadorias entre os centros de produção asiáticos e os consumidores europeus é significativamente aumentado em até 20 dias", disse Julian Hinz, diretor do centro de pesquisa de política comercial do Instituto Kiel.
"Isto também se reflete no declínio dos números do comércio para a Alemanha e a União Europeia [UE], uma vez que as mercadorias transportadas ainda estão no mar e ainda não foram descarregadas nos portos", acrescentou Hinz.
Panorama internacional
China convoca todos os países para cooperarem na garantia da segurança no mar Vermelho
O indicador comercial do Instituto Kiel de dezembro mostra que as exportações e as importações para a UE caíram 2% e 3,1%, respectivamente. Os EUA registraram um declínio de 1,5% nas exportações e uma queda de 1% nas importações, embora a rota através do mar Vermelho e do canal de Suez desempenhe um papel menor para os EUA do que para a Europa, de acordo com o relatório.
O comércio da China contrariou a tendência, com as exportações e importações aumentando 1,3% e 3,1%, respectivamente. O aumento pode ser devido provavelmente ao próximo Ano Novo chinês, indica o instituto.
Gigantes da navegação como a Maersk e a Hapag-Lloyd começaram a enviar os seus navios em viagens mais longas e mais caras ao redor do Cabo da Boa Esperança, no sul da África, depois dos houthis, baseados no Iêmen, terem instituído um bloqueio de fato da navegação através do mar Vermelho e do canal de Suez. Eles têm atacado navios que tenham alguma conexão com Israel, no que consideram ser uma demonstração de solidariedade com os palestinos após a escalada das hostilidades em Gaza.
Comentar