Milhares de pessoas marcham em direção ao Congresso guatemalteco para exigir que permitam a posse de Arévalo. Barreiras de segurança foram derrubadas, e confrontos com a polícia estão sendo registrados.
Arévalo postou em suas redes sociais que "os deputados têm a responsabilidade de respeitar a vontade popular expressada nas urnas" e que está havendo uma tentativa de "vulnerabilizar a democracia com ilegalidades, insignificâncias e abusos de poder". Completou dizendo: "O povo guatemalteco e comunidade internacional estão observando".
Mandatários expressam apoio a Arévalo
O presidente colombiano, Gustavo Petro, destacou a "atitude adversa" do governo de Alejandro Giammattei: "A procuradoria, assim como no Peru e na Colômbia, teve uma postura adversa em relação à presidência e até tentou prender a vice-presidente escolhida pelo povo".
"Todo o meu apoio ao legítimo presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo", publicou o presidente do Chile, Gabriel Boric, em sua conta no X (antigo Twitter).
O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, publicou no X: "Quero expressar meu mais firme apoio ao presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, no dia de sua posse, assim como à democracia guatemalteca".
Arévalo foi o candidato da esquerda que venceu a governista Sandra Torres por 58,29% dos votos no pleito presidencial realizado no ano passado. No final de setembro, o Ministério Público do país apreendeu dezenas de urnas e atas eleitorais na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Guatemala.
Na ocasião, a Procuradoria-Geral da Guatemala abriu uma investigação contra o Semilla, partido político de Arévalo, e um tribunal suspendeu o estatuto jurídico do partido. O TSE da Guatemala suspendeu posteriormente a decisão de revogar o estatuto jurídico do partido.
A medida desencadeou protestos populares, com manifestantes acusando o órgão de atentar contra a democracia. Após semanas de protestos populares, o TSE da Guatemala oficializou o resultado das eleições e marcou a posse de Arévalo para este domingo.
Mercosul pede respeito ao resultado eleitoral
Em dezembro, o Mercosul emitiu nota sobre a tentativa de judicializar o processo eleitoral na Guatemala e pediu respeito aos resultados que consagraram Bernardo Arévalo presidente do país.
"Os Estados partes do Mercosul manifestam sua preocupação com a judicialização do processo eleitoral na República da Guatemala e instam ao respeito à vontade do povo guatemalteco expressa nas urnas com uma maioria esmagadora, no segundo turno das eleições presidenciais de 20 de agosto", diz um comunicado divulgado pelo governo paraguaio, que exerce a presidência do bloco.
Arévalo triunfou com uma campanha focada no combate à corrupção e um forte apoio dos povos indígenas maias e de amplos setores da sociedade civil.