A eleição para a administração de Taiwan chegou ao fim, com a vitória de Lai Ching-te, o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), governista. Ele obteve 5,5 milhões de votos, ou mais de 40% do voto popular, com os outros candidatos admitindo a derrota.
Já Hou Yu-ih, representante do Kuomintang, se posicionou em sua campanha eleitoral como "candidato da paz". Ele prometeu não levantar a questão da soberania nos contatos com a China continental, dizendo que tal questão deveria ser decidida pelo povo de Taiwan, não pelo líder da administração da ilha.
Lai se mostrou o candidato mais radical, declarando repetidamente a soberania e a independência de Taiwan, defendeu o status quo atual e o diálogo com a China continental, em vez de partir para o confronto. Ao mesmo tempo, ele reiterou seu compromisso de proteger a ilha contra "ameaças e intimidações" de Pequim.
O terceiro candidato, Ko Wen-je, do Partido Popular de Taiwan, adotou uma posição intermediária, se expressando contra qualquer ação que pudesse prejudicar as relações com Pequim, mas também acreditando ser necessário desenvolver parcerias com o Ocidente e construir sua própria capacidade de conter a China continental.
No entanto, vale ressaltar que o DPP não obteve a maioria no parlamento de Taiwan. O partido agora tem apenas 51 assentos, enquanto o Kuomintang tem 52, e o Partido Popular de Taiwan, 8. É necessário um mínimo de 57 assentos para obter a maioria na legislatura, o que impedirá o DPP de tomar sozinho as principais decisões políticas, incluindo ações que possam desestabilizar as relações entre os dois lados do estreito de Taiwan.
"As eleições de hoje na região de Taiwan mostraram que o Partido Progressista Democrático não representa a opinião dominante na ilha. Taiwan é parte da China", declarou no sábado (13) Chen Binhua, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, afirmando "o desejo comum dos compatriotas de ambos os lados do estreito de se tornarem mais próximos".
Ações externas
Muito também dependerá das ações de outros países, especialmente dos EUA, que continuam fornecendo armas e equipamentos militares para Taiwan. Quase imediatamente após o anúncio dos resultados das eleições em Taiwan, Joe Biden, presidente dos EUA, anunciou que Washington não apoia a independência da ilha.
No entanto, a Casa Branca revelou que em breve será enviada uma delegação de ex-altos funcionários a Taiwan, além da planejada visita de Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes do país norte-americano.
Pequim já afirmou que se opõe veementemente a qualquer contato político dos EUA ou de outros países com Taiwan. A visita poderia inviabilizar os esforços dos diplomatas chineses e americanos para estabilizar as relações bilaterais e levar a uma nova escalada de tensões no estreito de Taiwan.