O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou nesta segunda-feira (15) que as apreensões no mar Vermelho crescem cada vez mais e podem chegar a um patamar tal que fique impossível contê-las. "As tensões também estão nas alturas na região e, além disso, podem em breve ser impossíveis de conter", disse Guterres em uma coletiva de imprensa.
Diante dos constantes bombardeios israelenses contra a população palestina, os houthis promovem desde novembro ataques retaliatórios contra embarcações que possuam qualquer associação com Tel Aviv e, com isso, causam prejuízos ao comércio internacional.
Com isso, os Estados Unidos anunciaram em dezembro uma operação multinacional para garantir a segurança no mar Vermelho, o que aumentou o risco de uma expansão do conflito para a região. Já os houthis prometeram atacar qualquer navio que se juntasse à coalizão marítima liderada pelos norte-americanos.
No fim da última semana, EUA e Reino Unido lançaram uma série de ataques contra o movimento em quatro províncias do Iêmen. Apoiados por Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos, investiram contra postos de comando, depósitos de munições, sistemas de lançamento, instalações de produção e radares de defesa aérea, resultando em pelo menos cinco mortos e seis feridos.
Com a restrição do tráfego de navios em uma das principais regiões do mundo para escoamento de produtos e ligação entre Ocidente e Oriente, só a Itália já anunciou perdas econômicas superiores a 500 milhões de euros (R$ 2,6 bilhões) na exportação de frutas e vegetais, conforme o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani.
Necessidade de cessar-fogo na Faixa de Gaza
Também nesta segunda, o secretário-geral da ONU reafirmou a necessidade imediata de um cessar-fogo humanitário, em meio às críticas contra a organização por não ter nenhuma voz frente ao conflito e às denúncias de crimes humanitários praticados por Israel.
Guterres solicitou também garantias à entrega adequada de ajuda nas regiões de Gaza, onde mais de 85% da população está desabrigada. Na perspectiva dele, é crucial "apagar as chamas de uma guerra mais ampla", a exemplo do aumento das tensões na fronteira entre Israel e Líbano.