O Irã busca demonstrar sua força sem confrontar diretamente os Estados Unidos ou Israel, mas essa estratégia cautelosa pode resultar em erros de cálculo de todas as partes envolvidas.
Enquanto persistem os temores de que um conflito no Oriente Médio possa levar a um confronto direto entre os Estados Unidos, Israel e o Irã, é notável a precaução adotada até agora para evitar o contato direto entre suas forças, segundo o jornal.
Segundo diplomatas europeus e norte-americanos, não se sabe por quanto tempo essa precaução será mantida. Cem dias após o início do conflito, a avaliação dos principais envolvidos é que o Irã incentivou suas forças "por procuração" causando problemas para as milícias norte-americanas e exercendo a pressão sobre Israel e o Ocidente em diversas regiões, incluindo Iraque, Síria, Líbano e rotas marítimas no mar Vermelho.
Isso ocorre sem provocar uma ação que poderia desencadear uma erupção de violência. O equilíbrio é delicado, repleto de sinais sutis, ataques e movimentos estratégicos, muitos dos quais podem ser negados pelos envolvidos, atesta o veículo. A evidência dessa cautela está nos detalhes, mas permeia todos os aspectos da situação.
Apesar do aumento dramático na produção de urânio nas últimas semanas, renovando os temores sobre a aceleração do programa nuclear iraniano, o governo de Teerã tem sido cuidadoso para manter a produção ligeiramente abaixo do limiar necessário para a fabricação de armas nucleares. Isso evita uma possível ação militar do Ocidente contra suas instalações nucleares subterrâneas.