No início do dia, uma fonte de segurança no Iraque disse à Sputnik que uma série de explosões ocorreram em Arbil, perto do Consulado Geral dos Estados Unidos e do Aeroporto Internacional.
Para
Mehran Kamrava, professor de governo na Universidade de Georgetown, no Catar, a investida militar do país persa "foi um movimento deliberado e calculado", destinado a
demonstrar as capacidades iranianas de mísseis.
Uma das ações "foi o ataque com mísseis balísticos de maior alcance em que Teerã se envolveu, com cerca de 1.200 quilômetros", ressaltou.
O IRGC disparou mísseis balísticos contra um dos principais quartéis-generais do serviço secreto de inteligência israelense, Mossad, no Curdistão iraquiano e o destruiu, acrescentou o relatório.
Além disso, foi montado um
ataque retaliatório com mísseis em território sírio, matando
vários terroristas ligados aos recentes ataques mortais contra duas cidades iranianas.
Toda a situação na região é "altamente fluida e dinâmica, e é muito difícil prever com qualquer nível de certeza o próximo passo dos vários intervenientes envolvidos", continuou Kamrava.
A decisão do Irã, que pretendia
ser uma retaliação às duas explosões em
Kerman – que mataram cerca de 100 iranianos há cerca de uma semana – "
foi uma resposta típica iraniana".
"Eles demoram, apesar da pressão interna, para uma resposta imediata. Eles calculam sua resposta, colocam sua inteligência em ordem", acrescentou.
Já para
Michael Maloof, ex-analista sênior de política de segurança do Pentágono, o
Irã foi "encorajado" a atacar Arbil depois que os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram ataques contra alvos dos houthis no Iêmen.
Esta "grande escalada" na região coloca agora Washington "na posição de ter de travar uma guerra em cinco frentes: Irã, Líbano, Faixa de Gaza, Iêmen e Síria", observou Maloof, acrescentou que os norte-americanos terão agora de colher as consequências por "apoiar Israel em um genocídio" que continua em Gaza.
As forças estadunidenses e britânicas
realizaram ataques aéreos e marítimos contra alvos dos houthis na semana passada, com o objetivo declarado de dissuadir ataques do grupo a navios que atravessam o mar Vermelho.
Hoje (16), instalações na província de Al-Bayda, no Iêmen, também foram atacadas, disse à Sputnik uma fonte das autoridades locais.
Os EUA e Reino Unido ou "
fizeram um cálculo grosseiramente errado ao atacar os houthis" ou "procuraram deliberadamente desviar a atenção global do genocídio em curso dos palestinos por parte de Israel", disse Mehran Kamrava. Agora, a mídia ocidental
encontrou uma desculpa conveniente para desviar a atenção de Gaza.
Olhando para o futuro, Michael Maloof alertou que o Irã poderá retaliar ainda mais se houver qualquer ataque direto dos Estados Unidos fechando o estreito de Ormuz.
"Portanto, este será provavelmente o próximo nível, e então os EUA responderão ainda mais, muito provavelmente atingindo as refinarias de petróleo, e isto criará uma escalada total. Esta é uma receita total para o desastre, Washington precisa detê-la imediatamente", complementou Maloof.
Nesta terça-feira (16), o porta-voz da chancelaria iraniana, Nasser Kanaani, descreveu os ataques com mísseis no Iraque e na Síria "como a defesa da soberania do Irã e uma punição parcial por prejudicar a segurança do país".
"Isto fez
parte da resposta da República Islâmica do Irã àqueles que agem contra a segurança nacional do país e a segurança dos cidadãos iranianos", afirmou Kanaani
citado pela Tasnim.