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Mídia: sistema de túneis do Hamas em Gaza é maior do que se pensava e pode ultrapassar 720 km

Um dos principais instrumentos de resistência do Hamas no conflito contra as Forças de Defesa de Israel (FDI) na Faixa de Gaza, os túneis que percorrem todo o território palestino podem ter uma extensão muito maior do que se pensava. É o que autoridades israelenses revelaram ao The New York Times nesta terça-feira (16).
Sputnik
Muitas vezes com larguras que permitem até a passagem de um carro e usadas para ataques-surpresa contra o Exército de Israel, as estruturas devem levar anos para serem destruídas completamente, informou a publicação norte-americana. Há ainda túneis que ultrapassam 4 quilômetros de extensão ao longo do enclave.

"As forças militares israelenses agora acreditam que há muito mais túneis sob Gaza… Atualmente a rede abrange de 563 a 724 quilômetros", disseram autoridades israelenses não identificadas ao veículo.

Nas proximidades da casa de um dos comandantes do Hamas, chegou a ser descoberta uma estrutura escondida a uma profundidade que corresponde à de um prédio de sete andares, acessada por uma escada em espiral.
Em dezembro, o porta-voz do Hamas no Líbano, Osama Hamdan, chegou a declarar durante uma coletiva de imprensa que os túneis foram planejados para resistirem até a tentativas de inundação, tática que chegou a ser cogitada por Israel.

"Os túneis foram construídos por engenheiros bem-treinados e instruídos que consideraram todos os possíveis ataques, incluindo o bombeamento de água. São parte integrante da resistência. Todas as consequências e ataques esperados foram levados em consideração", pontuou Hamdan.

Muitos inclusive são construídos a partir de concreto armado, contam com unidades médicas para atendimento a feridos e até podem ser usados como esconderijo ao longo de meses.
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Quase 6 mil 'poços' espalhados por Gaza

Conforme a publicação, cerca de 5,7 mil "poços" individuais levam a dois tipos de túneis: o primeiro, usado por comandantes do Hamas, mais profundos e que permitiam a permanência por longos períodos. Já o outro, "foi construído de maneira mais simples e menos profunda", observa o The New York Times.
Enquanto isso, Israel segue com os bombardeios diários no enclave, onde 24 mil palestinos já morreram e mais de 83% da população foi obrigada a se abrigar em tendas improvisadas, enquanto a região vive um inverno com baixas temperaturas.
O conflito começou no dia 7 de outubro de 2023, após um ataque-surpresa sem precedentes realizado pelo Hamas contra o território israelense. Cerca de 1,2 mil pessoas foram assassinadas e mais de 5 mil ficaram feridas.
Em resposta, as FDI iniciaram a operação contra o Hamas e em poucos dias assumiram o controle de todas as localidades na fronteira com Gaza. Além disso, começaram a realizar ataques aéreos em alvos, incluindo civis, e bloquearam totalmente o setor de Gaza — com isso, a entrega de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível foi interrompida.
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