Tensão pós-ataques: Iraque cancela reunião com Irã em Davos; Paquistão chama seu embaixador em Teerã

Chanceler iraniano disse que os ataques contra Israel e seus interesses por parte do "eixo da resistência" vão parar se a guerra na Faixa de Gaza chegar ao fim, alertando que o conflito pode escalar as tensões em todo o Oriente Médio.
Sputnik
Nesta quarta-feira (17), o brigadeiro-general Amir Ali Hajizadeh descreveu os ataques com mísseis no Iraque, na Síria e no Paquistão pelo Irã como "uma resposta natural de Teerã" a uma série de crimes recentes em território iraniano.
Segundo o militar, o ataque na capital do Curdistão iraquiano, Arbil, aconteceu porque a inteligência iraniana detectou na região uma unidade para atividades de espionagem e comando de operações terroristas da inteligência israelense, o Mossad.

"O ataque com mísseis destruiu a fortaleza de concreto em Arbil, arruinou o equipamento avançado colocado em seus dois andares subterrâneos e matou os elementos que deveriam ter sido mortos", disse o general, de acordo com a agência Tasnim.

Também nesta quarta-feira (17), no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos, na Suíça, o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, afirmou que Teerã compartilhou informações de inteligência com o Iraque sobre o que disse serem atividades do Mossad na região, segundo a Reuters.

O ministro chamou atenção para o fato de que "o fim do genocídio em Gaza levará ao fim das ações militares e das crises na região [...] a segurança do mar Vermelho está ligada aos acontecimentos em Gaza, e todos sofrerão se os crimes de Israel em Gaza não pararem [...] todas as frentes [de resistência] permanecerão ativas".

Posteriormente, o Iraque negou que existisse tal centro de espionagem no país e no fórum em Davos o primeiro-ministro curdo iraquiano, Masrour Barzani, cancelou uma reunião que teria hoje (17) com Amir-Abdollahian em protesto contra as ações militares em Arbil, relata a agência britânica.
De acordo com a mídia, os ataques iranianos levaram a uma rara disputa diplomática com o governo do Iraque, com Bagdá apresentando uma queixa contra a "agressão" iraniana no Conselho de Segurança das Nações Unidas e chamando de volta o seu embaixador em Teerã.
A ação militar iraniana matou pelo menos quatro pessoas, incluindo um proeminente empresário curdo e o seu filho pequeno, segundo a agência.
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O Paquistão, que foi atacado ontem (16), também chamou de volta seu embaixador no Irã nesta quarta-feira (17) depois que o Irã "violou seu espaço aéreo em uma violação flagrante" de sua soberania, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, Mumtaz Zahra Baloch, citada pela mídia, enquanto o incidente alimenta tensões entre os dois vizinhos muçulmanos.
A República Islâmica bombardeou locais específicos no Iraque, Síria e Paquistão entre segunda-feira (15) e terça-feira (16).
No Iraque, como mencionado, devido à suposta unidade de inteligência israelense; na Síria, em retaliação aos ataques contra duas cidades iranianas no dia 3 deste mês que deixou mais de 100 mortos; e no Paquistão, também em retaliação a um ataque feito pelo grupo Jaish al-Adl em dezembro que matou 11 policiais iranianos.
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