A média de mortes violentas diárias foi reduzida no Equador, de 28 para 6, devido às últimas decisões do Executivo, anunciou neste sábado (20) o vice-ministro do Governo do país, Esteban Torres.
Segundo Torres, a implementação do decreto de estado de exceção, que seguirá em vigor por 60 dias, e à declaração de um 'conflito armado interno', que ordena às Forças Armadas e à Polícia Nacional neutralizar a ação de grupos criminosos organizados, são as causas da queda.
"Em cerca de 40 dias, mais foi alcançado do que em dois governos anteriores, que não souberam fazer nada e desmembraram o Equador", afirmou.
O Equador registrou só em 2023 mais de 7 mil mortes violentas, o que levou o país a atingir a taxa de homicídios recorde de 40 mortes para cada 100 mil habitantes.
Os incidentes começaram no país após a fuga de Adolfo Macías, conhecido como Fito, que cumpria 34 anos de prisão por assassinato e tráfico de drogas e foi vinculado ao cartel de Sinaloa, do México.
A onda de violência provocou incêndios de carros, explosões e eventos violentos que deixaram pelo menos 14 mortos, incluindo dois policiais, e ocorreu poucas horas antes de o presidente, Daniel Noboa, autorizar o início da construção de duas prisões de segurança máxima no país.
Antes considerado um refúgio pacífico em meio aos dois maiores exportadores mundiais de cocaína, a Colômbia e o Peru, o Equador viu os índices de violência explodirem nos últimos anos, com gangues inimigas ligadas aos cartéis mexicano e colombiano. As disputas por controle pioraram a situação.
Entre 2018 e 2022, a taxa de homicídios quadruplicou no país, quando mais de 7,8 mil homicídios foram registrados e 220 toneladas de drogas foram apreendidas, um recorde no Equador, que tem 17 milhões de habitantes. Desde fevereiro de 2021, confrontos entre detentos deixaram mais de 460 mortos, diante da falta de controle do governo sobre as próprias unidades prisionais.