Panorama internacional

Líderes ocidentais desconsideram o ataque assassino de Zelensky a Donetsk

O número de mortos no bombardeio ucraniano de domingo (21) contra um mercado em Donetsk subiu para 27. O ataque — classificado por Moscou como um ato terrorista bárbaro contra a população civil da Rússia — deixou ainda mais 25 feridos.
Sputnik
Os líderes ocidentais permaneceram calados sobre o ataque terrorista mortal do regime de Kiev contra Donetsk no domingo, com muitas manchetes da grande mídia apenas mencionando o evento, sem apontar quem estava por trás da tragédia.
No domingo, tropas ucranianas bombardearam o distrito de Kirov, em Donetsk, uma área movimentada com mercados e lojas, que fica lotada, especialmente nos fins de semana. O ataque deixou 27 civis mortos e mais 25 feridos.
A BBC chegou ao ponto de citar um "grupo militar ucraniano que opera na região" dizendo que "não realizou o ataque" — apesar de Denis Pushilin, chefe da República Popular de Donetsk (RPD), ter confirmado que as tropas ucranianas usaram sistemas de artilharia de 152 mm e 155 mm durante o bombardeio.
A CBS News e a Fox News, por sua vez, preferiram não noticiar o ataque.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi o único funcionário que denunciou de forma decisiva o bombardeio da Ucrânia a Donetsk.
"O secretário-geral condena veementemente todos os ataques contra civis e infraestruturas civis, incluindo o bombardeio de hoje contra a cidade de Donetsk, que alegadamente matou pelo menos 25 pessoas e feriu mais de 20", disse um porta-voz do chefe da ONU ainda no domingo. Guterres sublinhou que "os ataques contra civis e infraestruturas civis são proibidos pelo direito humanitário internacional, são inaceitáveis e devem parar imediatamente".
Guterres foi ecoado pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que disse aos repórteres que a Rússia condena veementemente o ataque e que a operação militar especial "naturalmente continuará para proteger nosso povo deste perigo, já que as armas foram usadas indiscriminadamente", pontuou.
O Ministério das Relações Exteriores russo classificou o ataque como "um ato terrorista bárbaro contra a população civil da Rússia", instando as organizações internacionais e os governos nacionais a condenarem o bombardeio. De acordo com a declaração do ministério, qualquer "silêncio significará uma aprovação tácita do massacre de civis".
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O ministério acrescentou que "os ataques terroristas de Kiev demonstram claramente a sua falta de vontade política para alcançar um acordo de paz através de meios diplomáticos".
No entanto, o Ocidente coletivo não é menos responsável por este ataque terrorista, uma vez que tem o "desejo de infligir uma derrota estratégica à Federação da Rússia usando fantoches ucranianos", um desejo que levou Kiev a tomar ainda mais "medidas imprudentes", incluindo "atos terroristas, violação em massa do direito humanitário internacional e crimes de guerra", destacou o comunicado.
O ministério sublinhou que o Exército ucraniano utilizou armamento ocidental durante o bombardeio, o que "mais uma vez confirma o seu envolvimento direto [do Ocidente] no conflito e o torna um parceiro nos crimes das atrocidades do regime de Zelensky".
Segundo o comunicado, à luz do bombardeio de Donetsk, a necessidade de implementar os objetivos da operação militar especial torna-se ainda mais evidente, uma vez que "o território ucraniano não deve ser uma fonte de ameaças à segurança" e uma plataforma para atos terroristas.
Bombardear a região de Donetsk e atingir áreas civis não é incomum para o regime de Kiev, que matou pelo menos 9.152 civis, incluindo 233 crianças, nas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk (RPL) desde maio de 2014, de acordo com o Centro Conjunto de Controle e Coordenação (JCCC, na sigla em inglês) de questões relacionadas com os crimes de guerra da Ucrânia.
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