A organização destacou que os registros históricos indicam que o número de mortes no inverno aumenta significativamente se a temperatura média cair abaixo de 4 ºC. As temperaturas na Europa tendem a cair ainda mais neste inverno.
"Embora dezembro de 2023 tenha sido excepcionalmente quente, as previsões indicam que as temperaturas diárias médias no Reino Unido em janeiro cairão para -1,6 ºC", alertou a organização.
Com base nos dados da campanha Warm This Winter (Quente Durante Este Inverno), a publicação afirma que 8,3 milhões de adultos vivem em residências frias e úmidas no Reino Unido. A campanha angaria fundos para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade a pagar as contas de energia durante o inverno e manter seus lares aquecidos.
Em algumas partes do Reino Unido, as temperaturas chegaram a -14 ºC. No entanto, segundo a ONG, neste inverno, o governo do Reino Unido rejeitou as demandas de apoio às residências por meio de uma Tarifa de Energia de Emergência e um plano de ajuda para pagar as dívidas de energia.
"O enfoque do governo é uma estratégia cada vez mais perigosa à medida que os efeitos das mudanças climáticas se consolidam", denunciou o End Fuel Poverty Coalition.
"Mas enquanto as famílias enfrentam dificuldades, os ministros ficam de braços cruzados e deixam ao acaso questões de vida ou morte. Em vez de tomarem medidas em relação às contas de energia, permitiram que as empresas de energia recorressem novamente aos tribunais para obrigar as residências a usar medidores de pré-pagamento e agora descartaram uma reforma nas tarifas de energia para ajudar os mais necessitados", denunciou um porta-voz do grupo.
Para a organização, isolar casas em grande escala em todo o Reino Unido reduziria drasticamente as mortes evitáveis, além de ajudar a enfrentar as crises do custo de vida e do clima, reduzindo as contas e diminuindo as emissões domésticas.
Aumento dos preços de gás na Europa agrava a crise
Em dezembro passado, os preços do gás natural registraram um aumento de mais de 8%, com entrega prevista para meados de 2024, de acordo com a Title Transfer Facility (TTF), bolsa de valores de gás natural liquefeito (GNL), localizada nos Países Baixos.
O crescimento dos preços ocorre em um contexto de tensões no Oriente Médio, em especial a escalada do conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Além disso, somam-se outros conflitos que afetam a dinâmica dos preços do gás natural, como os ataques aéreos levados a cabo pelos EUA contra o Hezbollah no Iraque, e os novos ataques dos houthis nas rotas marítimas do mar Vermelho — este último também relacionado ao conflito na Faixa de Gaza.
Por conta das ações dos houthis, navios que viajavam pelo mar Mediterrâneo, passando pelo canal de Suez para acessar o mar Vermelho, precisaram refazer suas rotas, incluindo transportadoras de GNL, o que impacta os preços do produto.