As informações foram veiculadas pelo portal The Intercept nesta terça-feira (23).
O relato já era parte de uma das linhas principais de investigação da polícia. Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, já havia colocado o então afastado conselheiro como suspeito de ser o mandante do crime. Na época, destacou-se o fato de que o ex-presidente Jair Bolsonaro havia dado passaportes diplomáticos para familiares de Brazão: o irmão Chiquinho Brazão, Dalila Maria de Moraes Brazão e João Vitor Moraes Brazão, esposa e filho de Chiquinho.
Na ocasião, o nome de Brazão foi levantado após suspeitarem do depoimento do policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, ou Ferreirinha, que acusou o vereador Marcello Siciliano e o ex-PM Orlando Curicica de serem os mandantes do crime. Segundo a Polícia Federal, a informação havia sido dita como forma de atrapalhar as investigações sobre a morte de Marielle.
Em 2017, Brazão também foi alvo de investigação na operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato que chegou a prendê-lo, com outros quatros membros do TCE-RJ, sob suspeitas de desvio de verbas públicas. Em 2023, por 2 votos a 1 na 13ª Câmara de Direito Privado, Brazão foi reconduzido ao cargo no Tribunal de Contas.
Brazão teria mandado matar Marielle como forma de se vingar de Marcelo Freixo, político carioca conhecido pelo combate às milícias. Em 2008, durante a CPI das Milícias, promovida na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), Brazão foi apontado como um dos políticos aliados da milícia que comandava Rio das Pedras, comunidade da Zona Oeste da cidade do Rio, sendo um dos únicos políticos que podiam fazer campanha no território.
Marielle trabalhou como assessora de Freixo por dez anos até ser eleita vereadora, em 2016, pelo Psol. Cinco meses antes da morte da vereadora, Freixo também teve um papel na operação Cadeia Velha, que prendeu políticos influentes do MDB no Rio de Janeiro, o então partido de Brazão.