A confirmação foi divulgada nesta quinta-feira (25) pela Procuradoria-Geral da República do Peru, em comunicado. A transação teria ocorrido em 1999, quando o então presidente Fujimori teria vendido rifles às FARC para obter benefícios econômicos.
O documento informa ainda que, de acordo com o disposto no tratado de extradição entre Chile e Peru, "a Suprema Corte do país vizinho propõe a concessão da ampliação da extradição por sua responsabilidade como autor dos crimes de fornecimento ilegal de armas de fogo, associação ilícita para delinquir, falsidade genérica, conspiração, entre outros".
Fujimori tem 85 anos e está em liberdade, após receber um indulto presidencial por razões humanitárias devido ao delicado estado de saúde. Ele deixou a prisão em 6 de dezembro de 2023, após 16 anos cumprindo pena, que era de 25 anos, por crimes contra a humanidade.
Acusado de ter cometido vários crimes durante seu mandato, de 1990 a 2000, quando renunciou à presidência e saiu do país, Fujimori foi detido durante uma visita ao Chile, em 2005.
Em 2007 ele foi extraditado de volta ao Peru, e em abril de 2009 foi condenado a 25 anos de prisão pela morte de 25 pessoas por agentes das Forças Armadas, que obedeciam suas ordens.
No documento do pedido de extradição, que especifica os supostos crimes pelos quais a entrega da pessoa é solicitada, não constava o caso das vendas de armas às FARC. Os tratados de extradição entre Chile e Peru proíbem que um extraditado seja processado no país receptor por motivos diferentes dos especificados no caderno de extradição.
Diante dessa situação, em 2021 o Estado peruano solicitou ao Estado chileno a ampliação da extradição de Fujimori para que ele fosse processado pela transação com a extinta guerrilha colombiana.