Os houthis do Iêmen ordenaram que funcionários norte-americanos e britânicos das Nações Unidas e de organizações humanitárias sediadas em Sanaa deixassem o país dentro de um mês, disseram um documento e uma autoridade houthi na quarta-feira (24), segundo o jornal The Times of Israel.
"O ministério [...] gostaria de enfatizar que você deve informar autoridades e trabalhadores com cidadania norte-americana e britânica para se prepararem para deixar o país dentro de 30 dias", disse uma carta enviada pelo Ministério das Relações Exteriores houthi ao coordenador humanitário interino da ONU no Iêmen, Peter Hawkins.
O principal negociador houthi, Mohammed Abdulsalam, confirmou a autenticidade da carta à agência Reuters. Na semana passada, o governo dos EUA também recolocou o grupo em uma lista de grupos terroristas.
A embaixada dos EUA disse em comunicado que estava ciente dos relatos sobre a carta, mas "não pode falar em nome da ONU ou de organizações humanitárias no Iêmen sobre o que podem ter recebido das 'autoridades houthis'".
Já a embaixada do Reino Unido afirmou que o pessoal ainda não foi instruído para deixar a missão, estando ela em contato estreito com a ONU sobre o assunto.
"A ONU presta assistência vital ao povo iemenita [...] através das mesmas rotas marítimas que os houthis estão a pôr em perigo. Nada deve ser feito que prejudique a sua capacidade de entrega", afirmou a missão britânica no Iêmen em comunicado.
Aviões de guerra, navios e submarinos dos norte-americanos e britânicos lançaram dezenas de ataques aéreos em todo o Iêmen em retaliação aos ataques do grupo iemenita a navios comerciais que foram forçados a desviar sua rota do mar Vermelho.
As forças dos EUA e do Reino Unido atacaram na terça-feira (23) um local de armazenamento subterrâneo houthi, bem como capacidades de mísseis e vigilância, disse o Pentágono.
Os houthis disseram que os seus ataques na região acontecem em solidariedade aos palestinos enquanto Israel bombardeia a Faixa de Gaza.