Panorama internacional

Venezuela e Guiana estão comprometidas a terem acordo diplomático sobre Essequibo, diz Mauro Vieira

Os ministros das Relações Exteriores da Venezuela e da Guiana expressaram compromisso em resolver a longa disputa sobre a região de Essequibo por meios pacíficos. O anúncio ocorreu após uma reunião mediada no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, no Itamaraty, em Brasília (DF).
Sputnik
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, foi o anfitrião das conversas e revelou que ambas as nações concordaram em continuar as negociações diplomáticas. Segundo ele, os países "se comprometeram, reconhecidas as diferenças de lado a lado, a seguir dialogando com base nos parâmetros estabelecidos pela Declaração de Argyle", disse em nota publicada pelo governo federal.

"Nossa região tem a vontade política e todos os instrumentos necessários para avançar em seu projeto comum de desenvolvimento social justo, em um ambiente pacífico e solidário", declarou Vieira.

Ele também sugeriu a possibilidade de realizar outro encontro para discutir ainda mais as questões pendentes. "Desejo, portanto, que nossos irmãos da Venezuela e da Guiana continuem a construir a confiança necessária para pensarem em um horizonte comum, em que os laços que correspondem a bons vizinhos venham a contribuir para o bem-estar de ambos os povos."
"Ao nos depararmos com as guerras que conflagram diferentes partes do mundo, aprendemos a valorizar ainda mais a nossa cultura latino-americana e caribenha de solução pacífica de controvérsias, base da comunidade de interesses que nos une, em um ambiente livre de tensões geopolíticas de origem extrarregional."
A região de Essequibo tem sido fonte duradoura de tensão entre Venezuela e Guiana, e o envolvimento do Brasil na mediação das discussões destaca o compromisso regional em encontrar uma solução diplomática.
O ministro venezuelano Yván Gil afirmou que o país concorda com "a necessidade de continuar abordando a questão por meio de canais diplomáticos". O sentimento é ecoado pelo homólogo guianês, Hugh Todd, que afirmou estar "comprometido em avançar com um acordo".
A reunião é vista como um passo positivo para reduzir as tensões e fomentar uma atmosfera cooperativa para resolver a disputa territorial.
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A comissão foi estabelecida pela Declaração de Argyle para o Diálogo e a Paz entre Guiana e Venezuela, adotada em 14 de dezembro do ano passado em São Vicente e Granadinas.
As delegações foram acompanhadas também pelo embaixador Gareth Bynoe, do país caribenho, que atualmente ocupa a presidência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
O secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos das Nações Unidas, Miroslav Jenca, esteve presente como observador.
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