Nesta sexta-feira (26), a administração Biden decidiu suspender as análises pendentes de licenças para novas plantas de liquefação enquanto o Departamento de Energia norte-americano reavalia os impactos da indústria.
"A minha administração anuncia hoje [26] uma pausa temporária nas decisões pendentes sobre as exportações de GNL — com exceção de emergências de segurança nacional imprevistas e imediatas. Durante esse período, analisaremos atentamente os impactos das exportações de GNL nos custos da energia, na segurança energética da América e no nosso ambiente. Essa pausa nas novas aprovações de GNL vê a crise climática como ela é: a ameaça existencial do nosso tempo", afirmou Biden em pronunciamento oficial, segundo o Valor Econômico.
A medida, segundo a mídia, atende as exigências de grupos ambientalistas, mas enfureceu as empresas de petróleo e gás.
"Com essa decisão, o presidente Biden — que já pode afirmar ter feito mais para promover a energia limpa do que qualquer um dos seus antecessores — também fez mais para controlar a energia não renovável, travando a maior expansão dos combustíveis fósseis da história", disse Bill McKibben, ativista climático citado pela mídia.
No entanto, outros não gostaram da suspensão, como o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson. O republicano caracterizou a ação como "ultrajante" e disse que Biden "enfraquece a segurança energética dos Estados Unidos".
A decisão do presidente Biden de suspender os terminais de exportação de gás natural pendentes é ultrajante. Ao dobrar os joelhos aos ativistas climáticos, o presidente está capacitando a Rússia a enfraquecer a segurança energética dos EUA e a forçar a dependência da Europa nas exportações russas sujas. Um fracasso abjeto.
O Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) emitiu, na véspera do anúncio, uma carta conjunta a outras entidades representativas do setor nos EUA alertando para os efeitos da medida.
"O fornecimento abundante de gás natural do nosso país é uma ferramenta geopolítica impactante, ajudando a proteger os consumidores americanos da crescente instabilidade global, ao mesmo tempo que promove os interesses nacionais americanos e garante a segurança energética dos principais aliados dos EUA", escreveram os grupos citados pela agência epbr.
A revisão do Departamento de Energia levará meses e será seguida por um período de comentários públicos, disseram funcionários do governo. Isso terá impacto imediato em quatro projetos de GNL, cujas aprovações estão atualmente pendentes.
Analistas avaliam que essa atualização, no processo de aprovação pelo órgão, provavelmente vai adiar as novas decisões até depois da eleição de novembro, relata o Valor Econômico.