Charles Michel desistiu de seu plano de renunciar antecipadamente ao cargo de presidente do Conselho Europeu para concorrer às eleições europeias deste ano, após uma chuva de críticas.
Ele disse em uma mensagem de sexta-feira (26) no Facebook que sua decisão, que poderia deixar Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, a presidir as cúpulas da União Europeia, "levou a reações extremas".
"Não quero que essa decisão nos distraia de nossa missão ou prejudique essa instituição e nosso projeto europeu, nem que seja usada indevidamente para dividir o Conselho Europeu", escreveu ele.
"Mas os ataques pessoais estão cada vez mais tendo precedência sobre argumentos factuais", acrescentou.
A decisão significa que Michel permanecerá em seu cargo até o final de seu mandato em dezembro.
Há três semanas sua decisão surpreendente de concorrer às eleições de junho deixou as autoridades e os diplomatas da UE desprevenidos em um momento em que o bloco estava tentando superar o veto de Orbán, em dezembro, a uma rodada de € 50 bilhões (R$ 266,98 bilhões) para a Ucrânia. Os líderes da UE se reunirão novamente na quinta-feira (1º) para tentar superar as objeções do premiê húngaro.
A saída anunciada de Michel também desencadeou um início antecipado das habituais negociações e especulações sobre quem poderia ocupar os principais cargos da UE após a eleição.