Panorama internacional

Especialista: decisão do Reino Unido de aderir aos bombardeios de houthis dos EUA foi 'impulsiva'

Um ex-membro do Parlamento britânico criticou Londres por se juntar à "campanha no Iêmen" norte-americana contra os militantes, que vê como ação escaladora dos problemas, "em vez de ajuda".
Sputnik
Os líderes britânicos claramente calcularam mal quando decidiram se juntar às operações militares norte-americanas no Oriente Médio, disse um ex-membro do Parlamento e pesquisador sênior aposentado da Academia de Defesa do Reino Unido.
"As estimativas oficiais britânicas sobre as capacidades navais do Reino Unido tendem a ser bastante exageradas", qualificou Matthew Gordon-Banks em declarações à Sputnik.
"Não é a primeira vez que há uma reação impulsiva para encobrir a ação militar dos EUA. Se essas ações se transformaram em uma 'campanha no Iêmen', então podemos muito bem ter cometido um erro muito sério que escalará os problemas, em vez de ajudar", indicou o especialista.
O ex-representante explicou que "o Reino Unido não pensou nas consequências de suas ações antes de enviar um navio para o mar Vermelho", enquanto outros Estados-membros europeus da OTAN foram "mais cautelosos e realistas".
"Precisamos aprimorar nossas ferramentas diplomáticas para não criar um conflito mais amplo na região", sublinhou ele.
Panorama internacional
Operação contra houthis pode selar o fim da presença dos EUA no Oriente Médio?
Questionado se é razoável esperar um abrandamento gradual das tensões diante do esgotamento das forças ocidentais, o político britânico respondeu que a chave para reduzir as tensões no mar Vermelho é agir o mais rápido possível para diminuir o impacto da escalada do conflito palestino-israelense.
"A ação dos EUA e do Reino Unido, em particular, corre um alto risco de piorar as coisas, em vez de melhorá-las. De certa forma, as capacidades dos EUA e do Reino Unido não são tão fortes quanto muitos pensam ou gostariam de acreditar", disse ele.
As embarcações navais britânicas enviadas ao mar Vermelho para participar de uma operação ocidental para proteger a navegação na região do Oriente Médio não estão equipadas com os mísseis necessários para atacar alvos terrestres, revelou no sábado (27) o jornal britânico The Telegraph.
Ele detalhou como segundo uma fonte do Ministério da Defesa do país europeu, o destróier britânico HMS Diamond, designado por Londres para a operação militar no mar Vermelho, não participou de ataques a alvos terrestres houthis porque não possui as ferramentas necessárias.
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