Mais da metade dos cidadãos argentinos creem que o país está indo na direção errada desde que o libertário Javier Milei assumiu o governo no mês passado, revelou um estudo estatístico da empresa Zuban Córdoba.
De acordo com o estudo, 52,8% dos argentinos entrevistados desaprovam totalmente o atual governo, que desde o início tem procurado implementar políticas de desregulamentação econômica e privatização, o que gerou mobilizações populares e sindicais em diferentes partes do país sul-americano.
Além disso, a Zuban Córdoba revelou que 55,2% dos entrevistados têm uma imagem negativa de Milei, enquanto 54,4% acreditam que a Argentina está indo na direção errada.
A análise também revelou que 57,1% dos entrevistados acreditam que a economia da Argentina estará mais ou tão ruim quanto está daqui a um ano.
"Entendemos que a existência de um consenso precário é agora a regra, e não a exceção, no sistema de governança da Argentina. Os governos assumem e consomem rapidamente o capital político inicial. Em seguida, iniciam etapas de verdadeira agonia política, onde tudo se torna mais difícil", concluíram Gustavo Córdoba e Ana Zuban, à frente da companhia, durante a apresentação dos resultados.
Os analistas ainda identificaram que 58% dos argentinos rejeitam a ideia de que o ajuste econômico promovido por Javier Milei deve ser pago pelas províncias do país.
"O confronto com as províncias é provavelmente um dos erros políticos mais caros para o governo de Javier Milei. A grande maioria dos governadores da Argentina tem grandes margens de imagem positiva em seus territórios", assinalaram, e acrescentaram que a Argentina é uma sociedade fragmentada e dividida, polarizada por diferenças políticas e ideológicas.
A análise identificou igualmente que 45,9% culpam o governo anterior, liderado por Alberto Fernández pela má situação econômica da Argentina, enquanto 39,1% veem a administração de Milei como responsável.
O questionário inquiriu a opinião de 1.500 argentinos entre quinta-feira (25) e sexta-feira (26).