Benjamin Netanyahu criticou no sábado (27) as famílias dos reféns, dizendo às vítimas desesperadas que seus protestos eram inúteis e contribuíam para as exigências do Hamas.
"Entendo que é impossível controlar as emoções" nessa situação, mas isso também "não ajuda" e apenas "endurece as exigências do Hamas e atrasa os resultados que todos nós queremos", disse o primeiro-ministro de Israel durante uma coletiva de imprensa à noite, citado pelo jornal israelense The Jerusalem Post.
Os membros do Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos reagiram negativamente aos comentários.
"Esperamos que o primeiro-ministro se lembre de que ele é uma autoridade eleita cujo trabalho é corrigir os erros [de 7 de outubro], e não repreender aqueles cujos familiares foram sequestrados", disse o fórum.
"As famílias estão se reunindo com líderes mundiais, lideraram esforços para a transferência de medicamentos para os reféns, trouxeram o presidente do Tribunal Penal Internacional para Israel e mobilizaram a mídia e os influenciadores mais poderosos do mundo em apoio a Israel e aos reféns", lembrou.
Netanyahu reiterou que a guerra continuará até a eliminação do Hamas, e que as investigações sobre o ataque de 7 de outubro de 2023 devem ser conduzidas após a conclusão do conflito, não durante ele.
Iniciada em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em território israelense, a ofensiva já dura mais de três meses e acirrou a tensão no Oriente Médio, causando temor de que o conflito possa extravasar as fronteiras da região.
Um dos reflexos do acirramento é a escalada de violência no mar Vermelho, onde milícias houthis estão atacando navios associados a Israel, em retaliação aos bombardeios em Gaza. Na sexta-feira (26), o porta-voz dos houthis, Yahya Saree, afirmou que os ataques continuarão até o fim da agressão israelense contra a Faixa de Gaza.