Pelo menos nove países suspenderam temporariamente o financiamento à UNRWA, desde a última sexta-feira (27), após suspeitas de envolvimento de funcionários nos ataques do Hamas contra Israel no dia 7 de outubro.
Com isso, os recursos para pagar os salários de 13 mil funcionários que atendem a mais de 2 milhões de pessoas em Gaza, além de compras para alimentos e outros insumos básicos para os refugiados são suficientes até fevereiro, segundo a nota.
"A assistência vital da UNRWA está prestes a acabar devido às decisões de alguns países de cortarem seu financiamento à Agência [...] Estou chocado que tais decisões sejam tomadas com base no suposto comportamento de alguns indivíduos, enquanto a guerra continua, as necessidades se aprofundam e a fome se aproxima. Os palestinos em Gaza não precisavam deste castigo coletivo adicional. Isso mancha todos nós", disse ele em seu perfil na conta da plataforma X (antigo Twitter).
A UNRWA informou que compartilha a lista de todos os seus funcionários com os países anfitriões a cada ano, incluindo Israel, e nunca recebeu reclamações sobre os membros da equipe.
"Instamos os países que suspenderam seu financiamento a reconsiderarem suas decisões antes que a UNRWA seja forçada a suspender sua resposta humanitária. A vida das pessoas em Gaza depende desse apoio, assim como a estabilidade regional", frisa a nota.
Os países que interromperam o financiamento estão entre os principais doadores governamentais da UNRWA: Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Canadá, Holanda, Reino Unido, Itália, Austrália, França e Japão.
Mais cedo, a Comissão Europeia anunciou que determinará as próximas decisões de financiamento após uma investigação sobre as alegações.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, prometeu neste domingo (28) responsabilizar "qualquer funcionário da ONU envolvido em atos de terror" após alegações de que alguns funcionários da agência para os refugiados estiveram envolvidos nos ataques do Hamas em Israel, no dia 7 de outubro.
Seguindo os Estados Unidos e a Austrália, Roma e Ottawa decidiram cortar a verba destinada à agência palestina das Nações Unidas neste fim de semana, enquanto uma investigação apura suposta participação de funcionários no ataque do Hamas a Israel.
Na última sexta-feira (26), a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA) lançou uma investigação sobre as alegações de Israel de que vários funcionários da agência estiveram envolvidos nos ataques do Hamas de 7 de outubro a Israel.