Um balanço divulgado nesta quarta-feira (31) pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin, apontou que o número de manifestantes nas ruas já ultrapassa 10 mil agricultores e há pelo menos 100 pontos de bloqueio nas rodovias do país.
"Alguns agricultores disseram que vão intensificar o protesto, mas outros estão levantando bloqueios, pois é difícil passar a noite na rodovia", disse o ministro à emissora France 24.
Apesar de serem considerados pacíficos, pelo menos 15 pessoas já foram presas nos arredores de Paris por obstrução ao trânsito. O governo francês busca evitar que os atos cheguem até a capital do país.
Não há planos para desocupar os bloqueios
Darmanin alegou que o ministério enviou reforços, incluindo veículos blindados, para os departamentos franceses de Loiret e Essonne, com o objetivo de evitar o bloqueio de Rungis, também nos arredores de Paris.
"Eles [agricultores] estão lançando um protesto legítimo, nenhum agricultor atacou a polícia. Marcamos as linhas vermelhas: não entrar em Paris, não bloquear o mercado de Rungis. Se forem ultrapassadas, teremos que intervir", acrescentou o ministro do Interior.
Além disso, a polícia francesa fechou várias pontes sobre o rio Loire para evitar o acesso ao mercado, informou a rádio France Bleu Paris.
Na última terça (30), o novo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, não ofereceu propostas concretas para atender às demandas dos agricultores em seu primeiro discurso ao Parlamento.
Enquanto isso, tratores conduzidos pelos agricultores estão se aproximando de Paris, relataram os meios de comunicação franceses.
Ainda no domingo (28), Darmanin disse que 15 mil policiais seriam mobilizados na região da capital para impedir que os tratores entrassem em Paris, acrescentando que a "ocupação" planejada do mercado de alimentos e dos aeroportos era uma linha vermelha para o governo e advertindo que a polícia usaria veículos blindados e helicópteros.
Nas últimas semanas, os agricultores na França têm protestado com bloqueios em estradas e despejado esterco e resíduos em frente a prédios do governo em todo o país. Os agricultores exigem o reconhecimento da importância de sua profissão e denunciam as políticas agrícolas do governo, que, segundo eles, reduzem a competitividade do setor.
Em particular, o grupo se opõe à importação de produtos agrícolas, além das restrições ao uso de água para irrigação, aumento dos preços do diesel e medidas restritivas para proteger o meio ambiente.