Operação militar especial russa

Esforço improvisado de demissão do chefe do Exército expõe divisão política da Ucrânia, diz analista

Apesar de negar ter tentado demitir Valery Zaluzhny, comandante das Forças Armadas, Zelensky ainda tenta substituir o general, informa o Financial Times. "O fato é que houve uma tentativa de substituir Zaluzhny. Foi uma tentativa improvisada que falhou", afirma Alexander Dudchak, principal pesquisador do Instituto dos Países da CEI à Sputnik.
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Segundo Dudchak, que também é especialista no movimento "Outra Ucrânia", a tentativa de Zelensky falhou porque "ele esperava remover um concorrente político, não militar", disse em entrevista à Sputnik.

"E o fato de Zelensky ter oferecido o cargo de conselheiro [militar] diz muito. Ao assumir esse papel, Zaluzhny teria se afastado dos assuntos militares sem se tornar um concorrente político", disse Dudchak.

Ucrânia se vê dividida entre duas facções pró-Ocidente

Dudchak afirma que há duas facções ocidentais lutando para impor suas visões para a Ucrânia. A primeira é pró-EUA e inclui Zaluzhny, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) e algumas figuras do gabinete do presidente. O outro grupo é pró-britânico e inclui a Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa, seu chefe Kirill Budanov, e o comandante das forças terrestres ucranianas, Aleksandr Syrsky.

"Então, por enquanto, a operação para substituir Zaluzhny foi simplesmente adiada. Isso não significa que ele não será removido."

O pesquisador esboçou os dois cenários procurados pelo Ocidente: Londres está mais interessada na continuação do conflito e em travar uma "guerra terrorista". Mas Washington está muito mais interessada em congelar o conflito, dado que as próximas eleições presidenciais ocorrem em novembro de 2024.
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Zaluzhny conta com apoio do ex-presidente

O súbito apoio do ex-presidente ucraniano Pyotr Poroshenko a Zaluzhny demonstra que o conflito interno entre as elites ucranianas está ganhando força, de acordo com Dudchak.
Poroshenko foi fundamental para espalhar o escândalo sobre a possível derrubada de Zaluzhny, disse Dudchak.
O ex-presidente espalhou o pânico em Bruxelas sobre os esforços de Zelensky para se livrar do principal general. Suas ações foram um golpe para Zelensky, e Poroshenko ficou feliz em demonstrar sua lealdade a Washington salvando seu homem em Kiev, argumentou o pesquisador.
Embora a grande imprensa ocidental diga que Zelensky está decidido a despedir o principal comandante ucraniano, existe a possibilidade de que ele mantenha o seu posto, acredita o pesquisador.

"Na verdade, mesmo que renunciasse e entrasse na política, talvez essa fosse a melhor opção para ele, porque atualmente é problemático obter qualquer sucesso no campo de batalha", disse o especialista.

"Em tal posição, ele poderia ter dito que é um comandante brilhante e que todos os fracassos resultaram de decisões [de Zelensky], que não foram acordadas com a liderança militar. Isso realmente aconteceu, houve ações de Zelensky quando ele ou seu gabinete tentou controlar os militares, contornando o comandante-em-chefe. Portanto, essa seria uma opção muito boa para Zaluzhny."
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