Enquanto Zaluzhny insistiu na retirada das tropas da cidade para estabilizar a linha de frente e também facilitar os esforços de defesa da Ucrânia, Zelensky rejeitou a estratégia.
A região de Avdeevka passou a ser um dos principais pontos de discórdia entre o comando das Forças Armadas da Ucrânia por conta da posição estratégica em meio à operação militar especial russa. Diante de posições enfraquecidas, houve reflexos para o desempenho do Exército em Artyomovsk no ano passado.
Em maio de 2023, as forças russas libertaram a cidade em mais um duro golpe à contraofensiva ucraniana, cada vez menos efetiva.
Mobilização de 500 mil ucranianos
Outro ponto de desentendimentos entre Zelensky e o chefe das Forças Armadas foi o desacordo com Zaluzhny na insistência em mobilizar mais 500 mil ucranianos para as linhas de frente, em meio ao desgaste da população com o conflito e os diversos problemas enfrentados por Kiev. Além disso, há uma queda na ajuda militar enviada pelos parceiros ocidentais.
Na última segunda-feira (29), alguns legisladores e jornalistas ucranianos afirmaram que Zaluzhny havia sido destituído do cargo, acrescentando que Zelensky ainda não havia publicado o decreto. Porém, a informação foi refutada pelo Ministério da Defesa e o próprio Zelensky na sequência. O especialista militar e coronel aposentado Anatoly Matviychuk afirmou à Sputnik que a situação mostrou que o presidente "não tem autoridade em nenhum dos grupos de poder [da Ucrânia]" e, por isso, precisou recuar da decisão.
"Penso que isso foi talvez uma ação deliberada por parte de Zelensky, porque ele precisa tomar alguma atitude para recuperar sua popularidade", disse.
Os rumores sobre a destituição de Zaluzhny foram precedidos por relatos de crescente inimizade entre o presidente ucraniano e o general de alto escalão. Alguns veículos de mídia ocidentais alertaram em novembro do ano passado que as relações entre Zaluzhny e Zelensky se tornaram "terríveis" após a contraofensiva malsucedida da Ucrânia.