Os EUA têm enviado agentes secretos à Venezuela para espionar casos de tráfico de drogas e associá-los à liderança do país, violando a lei internacional, informou na quinta-feira (1º) a agência norte-americana Associated Press (AP), citando um memorando secreto.
"Um memorando secreto […] detalha uma operação secreta de vários anos da agência antidrogas dos EUA [DEA], que enviou agentes disfarçados à Venezuela para registrar secretamente e levar adiante casos de tráfico de drogas contra a liderança do país", escreveu a agência, notando que os próprios EUA reconheciam que a ação violava o direito internacional desde o início.
De acordo com a AP, o memorando, de 15 páginas e de 2018, afirmava que "é necessário realizar a operação unilateralmente e sem notificar as autoridades venezuelanas".
A investigação dos EUA visava dezenas de pessoas, incluindo Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, detalham as fontes da agência.
Conforme notou a agência, não há um mecanismo claro para responsabilizar Washington legalmente, mas a informação ameaça estragar as já tensas relações entre os dois países e, de forma mais ampla, as do país norte-americano com a América Latina em geral.
Anteriormente, em seu discurso anual à nação, Maduro declarou que em 2023 havia ocorrido quatro tentativas frustradas de assassinato do presidente e de outros líderes da Venezuela, e que elas haviam sido preparadas pela extrema-direita, por traficantes de drogas, pela DEA e pela Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA.