"Reafirmamos a posição das facções de resistência de que qualquer negociação deve levar ao fim total da agressão, à retirada do exército de ocupação da Faixa de Gaza e ao retorno dos deslocados às suas residências", disse. Mais de 85% da população de Gaza está desabrigada, em meio à destruição de bairros inteiros e bombardeios que não poupam sequer escolas, hospitais e até abrigos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em dezembro, um cessar-fogo de uma semana permitiu a libertação de parte dos reféns, que foram capturados pelo Hamas após o ataque-surpresa do dia 7 de outubro. Na época, também foram libertados prisioneiros palestinos por Israel. Com isso, restaram cerca de 130 reféns israelenses na Faixa de Gaza.
O alto funcionário do Hamas Osama Hamdan também disse nesta sexta que o movimento quer a libertação de milhares de prisioneiros palestinos, inclusive os que foram condenados a prisão perpétua em Israel.
A inclusão de um cessar-fogo para selar um acordo com Israel tem enfrentado resistência no governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, cujas negociações com o Hamas são mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos. A proposta é de uma interrupção nos combates por um período de seis a oito semanas, e em contrapartida seriam libertados idosos, crianças e mulheres.
Outro ponto negociado é a ampliação da entrada de ajuda humanitária no território, para 300 caminhões por dia — mais de 90% da população está em situação de grave insegurança alimentar, segundo a ONU.
Escalada do conflito no Líbano
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que a pausa na guerra promovida pelo país na Faixa de Gaza não vai incluir o fim temporário dos ataques contra o Hezbollah, no Líbano. Isso tem gerado temores internacionais de uma possível escalada do conflito no Oriente Médio. "Se o Hezbollah pensa que quando houver um cessar-fogo no sul ele vai parar o fogo e nós pararemos, está cometendo um grande erro", disse.
Os combates se concentram na fronteira entre o Líbano e Israel, onde mais de 200 pessoas já foram mortas. Mesmo com a pressão, o país judeu já enfatizou por diversas vezes que o início de uma guerra na região está cada vez mais próximo.