Após a vitória de Donald Trump nas primárias nos estados de Iowa e New Hampshire, o nome do ex-presidente começou a ganhar força como o favorito nas eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos.
O movimento chamou a atenção de aliados de Washington que, baseados na gestão anterior do republicano, começam a mover algumas peças em uma eventual vitória de Trump. Um desses aliados é o Japão.
De acordo com a agência Reuters, Tóquio tem tentado enviar uma mensagem ao ex-presidente: não tente fechar qualquer acordo com a China que possa derrubar anos de esforços coletivos para controlar Pequim e arriscar a frágil paz da região.
Nas últimas semanas, o governo japonês intensificou as tentativas para interagir com pessoas próximas de Trump. Os esforços incluíram o envio de uma figura importante do partido no poder para tentar se encontrar com o republicano e o envolvimento de diplomatas japoneses com grupos de reflexão e antigos funcionários dos EUA alinhados a Trump, relata a mídia.
O topo da lista de preocupações de Tóquio é que, se Trump regressar ao poder, poderá procurar algum tipo de acordo comercial ou de segurança entre Washington e Pequim, o que poderia minar os recentes esforços do G7 para combater a China, de acordo com um relatório visto pela mídia.
Dois funcionários do Ministério das Relações Exteriores japonês disseram temer que o republicano enfraqueça o apoio dos EUA a Taiwan na busca de um acordo com a China. Eles disseram que tal medida poderia encorajar Pequim a "invadir" a ilha.
Tóquio também expressa preocupações de que Trump possa novamente atingir o Japão com medidas comerciais protecionistas, como tarifas sobre o aço, e reavivar as exigências para que o país pague mais para cobrir o custo de abrigar forças norte-americanas em território japonês.
As autoridades japonesas disseram não ter conhecimento específico dos planos do ex-presidente, mas basearam suas preocupações nos comentários públicos e nas ações durante o seu mandato, que ocorreu de 2017 a 2021.
O primeiro-ministro, Fumio Kishida, se prepara para uma visita à Casa Branca em abril a convite do presidente Joe Biden. Os dois líderes tiveram uma parceria bem próxima durante toda a gestão Biden, seja em acordos bilaterais ou em organismos em comum, como o G7.