O lançamento do míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) Trident II de um submarino nuclear britânico deverá ocorrer no âmbito do exercício de grande escala da OTAN, simulando um cenário de guerra nuclear, disse o especialista militar russo Igor Korotchenko à Sputnik.
O jornal britânico The Sun citou na quinta-feira (1º) fontes dizendo que a Marinha Real do Reino Unido está se preparando para lançar o Trident II de um submarino nuclear no oceano Atlântico pela primeira vez desde 2016. O lançamento do míssil, sem ogiva, seria efetuado do submarino Vanguard, que está sendo reparado em Plymouth, Reino Unido, há sete anos. Após o teste, o submarino retornaria então à frota de dissuasão nuclear britânica.
"Isso está ocorrendo no âmbito dos exercícios de larga escala da OTAN que estão sendo realizados na Europa hoje, e estão elaborando um cenário de guerra com a Rússia. É óbvio que esse lançamento [...] é realizado no contexto desses exercícios. No decorrer do cenário que a OTAN está elaborando, há também opções para o uso de armas nucleares, então é óbvio que tudo está ligado em um único circuito", disse Igor Korotchenko.
Ele sublinhou que cada um dos países que possui armas nucleares realiza periodicamente lançamentos de mísseis para confirmar as características táticas e técnicas, bem como sua prontidão de combate. Desta vez, foi decidido combinar esse lançamento com exercícios "para a guerra com a Rússia", acredita Korotchenko.
O especialista explicou que quase oito anos se passaram desde o lançamento anterior do Trident II, devido ao Reino Unido usar mísseis fabricados nos EUA. Segundo ele, os lançamentos de confirmação dos EUA são suficientes, e por isso Londres não tem necessidade de lançar os ICBM com frequência.
Christopher Cavoli, comandante supremo aliado da Europa na OTAN, disse anteriormente que a aliança realizaria o "maior exercício de vários meses em décadas", o Steadfast Defender-2024. As manobras vão envolver cerca de 50 navios de guerra, 80 aviões e 1.100 equipamentos militares terrestres, incluindo 133 tanques, bem como cerca de 90.000 soldados. As atividades militares acontecerão nos Países Bálticos, na Polônia e na Alemanha.