"Fui pego em um momento em que davam [bilhetes militares] para todo mundo: aos comissionados, aos inaptos e parcialmente aptos. A todos eram entregues bilhetes militares […]. Passei logo no exame médico. Era saudável por todos os indicadores, eu disse que tenho uma placa de metal no braço – e ela está lá agora. Mas eles não quiseram saber", disse o prisioneiro de guerra ucraniano Nazar Vashkevich.
Outro combatente das forças ucranianas capturado, Viktor Tkachenko, disse que foi mobilizado pela quinta vez, entretanto ele tem muitas doenças confirmadas que o excluem do serviço militar.
"Fui mobilizado. Entregaram uma convocação, a quinta já, no trabalho. Acabei por ser apto por condições de saúde. Antes era inapto. Tinha muitos registros médicos: hipertensão, hérnia no estômago, vértebras comprimidas", disse ele.
De acordo com os prisioneiros, o Exército ucraniano começou a recrutar em massa pessoas que não se encaixam no alistamento por sua idade.
"Olhe, pessoas com mais de 50 anos. Já levam [os que têm 50 anos]. Meu avô estava comigo – ele tem 57 anos. Ele também tem problemas de saúde [...]. Como pode ele combater? Como pode ele fazer assaltos? Como pode ir para as trincheiras? Para quê? Para ser logo morto?", reclamou Vashkevich.
Vale ressaltar que, no início de janeiro, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que a Rússia continuará atingindo consistentemente os objetivos da operação militar especial. Ele relatou que em 2023 as perdas das Forças Armadas da Ucrânia excederam 215.000 homens e 28.000 peças de armamento.