Após ser duramente criticado por comentários sobre a Crimeia, o presidente polonês, Andrzej Duda, postou uma mensagem em sua conta no X neste sábado (3) dizendo que "todos nós estamos ombro a ombro por uma Ucrânia livre, soberana e independente".
Na sexta-feira (2), quando questionado em uma entrevista se acreditava que Kiev seria realmente capaz de tomar a Crimeia, afirmou: "É difícil para mim responder a essa pergunta".
"Não sei se [a Ucrânia] recuperará a Crimeia […]", disse ele acrescentando que "é um lugar especial [...] também por razões históricas. Porque na verdade, se olharmos historicamente, esteve nas mãos da Rússia durante a maior parte do tempo", declarou o presidente de acordo com a Reuters.
Logo após suas declarações, o embaixador da Ucrânia na Polônia, Vasily Zvarich, criticou a interpretação de Duda e disse que "a Crimeia é a Ucrânia: é e continuará a ser". O chanceler polonês, Radoslaw Sikorski, membro da nova coligação governamental pró-europeia que tem estado em desacordo com Duda também criticou o líder, segundo a mídia.
Varsóvia tem sido um dos mais ferrenhos apoiadores de Kiev desde o começo da operação russa, entretanto, vem enfrentando fortes protestos de seus agricultores devido as regras impostas ao setor a favor dos ucranianos, o que comprometeu seu próprio mercado.
Ontem (2), membros do setor disseram, através do sindicato polonês Solidariedade, que planejam uma greve geral para próxima sexta-feira (9) com um bloqueio nas passagens de fronteira entre a Polônia e a Ucrânia.
"A nossa paciência esgotou-se. A posição de Bruxelas no último dia de janeiro de 2024 é inaceitável para toda a nossa comunidade agrícola. Além disso, a passividade das autoridades polonesas [...] em relação à importação de produtos agrícolas e produtos alimentares da Ucrânia não nos deixa outra escolha senão declarar uma greve geral", afirmou o sindicato em um comunicado datado de quinta-feira (1º) e citado pela mídia.
O Solidariedade disse que, além do bloqueio de cruzamentos com a Ucrânia, planejou bloqueios intermitentes de estradas em todo o país entre 9 de fevereiro e 10 de março.
Em uma organização separada, agricultores poloneses bloquearam anteriormente uma importante passagem de fronteira com a Ucrânia desde novembro do ano passado, mas o protesto foi suspenso em 6 de janeiro, após o novo governo ter concordado com as suas exigências.