Panorama internacional

Ex-analista de segurança em Washington afirma que Israel 'perdeu a guerra'

Em janeiro, Israel retirou um número significativo de tropas do norte de Gaza e relatos recentes da mídia indicam que responsáveis do Hamas regressaram à área, incluindo agentes da polícia e outros funcionários públicos.
Sputnik
Isso mostra que Israel falhou em seu objetivo de eliminar o Hamas, disse o antigo analista de segurança em Washington e consultor geopolítico internacional David Oualaalou à Sputnik na sexta-feira (2).
"Israel perdeu a guerra. Não apenas ontem, mas há muito tempo", argumentou Oualaalou. "Eles não querem vir e dizer publicamente que derrotar o Hamas é uma ilusão. O Hamas sempre estará lá. Então, o que Israel está fazendo é bombardear esses lugares, o que para mim pessoalmente, não é uma estratégia, é um fracasso."
Oualaalou disse à Sputnik que a decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de impor sanções a quatro colonos israelenses fez com que os EUA parecessem ainda piores aos olhos do mundo, em vez de sua intenção de fazer a administração parecer mais equilibrada.

"[Se] querem fazer isso, porque não apoiaram o cessar-fogo contra as atrocidades que o governo israelense está cometendo contra os palestinos? Porque para mim isso simplesmente não faz sentido. Quando você se comporta assim no cenário internacional, você realmente demonstra sua falta de credibilidade", disse Oualaalou, descrevendo Biden como "nosso presidente incompetente".

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Oualaalou diz que a comunidade internacional desistiu de tentar analisar a política externa da América, particularmente no Oriente Médio.
"O Oriente Médio, ou o mundo, aliás, está apenas se perguntando onde está a política externa norte-americana, dado que nunca tivemos uma estratégia de política externa, pelo menos que eu saiba, nos últimos 30 ou 40 anos", ponderou.
Apesar disso, e de um recente bombardeio da agência de desenvolvimento de Bruxelas em Gaza, que levou a Bélgica a convocar o embaixador israelense no país, Oualaalou não vê muita luz entre os governos europeu e norte-americano. "Os europeus estão sob o mesmo guarda-chuva que os EUA porque estão sob o domínio dos EUA", disse ele, acrescentando que os Estados Unidos continuam a "pressioná-los de uma forma ou de outra".

"Estou lhe dizendo, na geopolítica ou nas relações internacionais, não é o que você vê, é o que está nos bastidores que importa", resumiu o analista.

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