"Eles precisam continuar criando um inimigo, fazê-lo de maneira texturizada e proeminente para justificar o aumento de despesas", disse Peskov à mídia russa.
Por um lado, os € 50 bilhões (cerca de R$ 269,6 bilhões) atribuídos pela UE no início desta semana à Ucrânia para os próximos quatro anos não é um montante muito significativo, mas por outro lado, ainda é perceptível no meio da crise econômica enfrentada por os países da UE, disse o porta-voz.
"O que é a Alemanha? É o motor econômico da União Europeia. E setores inteiros da economia alemã estão perdendo a sua atratividade e competitividade. E, claro, neste contexto, a melhor solução é desviar a atenção criando algum tipo de inimigo, mantendo esta imagem. E aqui, é claro, provavelmente não há ninguém melhor do que nós [Rússia] em sua compreensão", explicou Peskov.
Recentemente, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, suscitou a perspectiva de rearmamento nacional, evocando o fantasma de uma "ameaça da Rússia" como justificativa. Em entrevista à ZDF em 22 de janeiro, ele insistiu que as Forças Armadas do Bundeswehr deveriam se tornar "um dissuasor credível" e que uma brigada de combate alemã seria implantada nos Países Bálticos para se tornar "totalmente pronta para o combate" até 2027.