"Então eu diria que o tema reforma da ONU é muito mais amplo, que tem a ver com a eficácia e a representatividade. Isso passa, sim, pela reforma do Conselho, mas não é só isso. É todo um repensar de uma organização que foi criada na década de 1940, e nós estamos em 2024. Já se passaram muitos anos, e é necessário ajustar. Nós enfrentamos desafios globais, que, como o termo diz, requerem soluções globais, coordenadas entre os países", declara.
O que é a ONU e para que serve?
"A proposta apresentada pelo Brasil na reunião de sherpas inclusive foi muito bem recebida. Esse não é um processo simples, mas o que queremos, durante a presidência brasileira, é impulsionar uma reforma, que obviamente não pode ser feita só pelos países do G20, até porque seria contraditório ao maior objetivo, que é ser uma organização mais representativa. Então não adianta também excluir os demais desse processo", resume.
Reforma das instituições financeiras
Combate à fome e mudanças climáticas
"O Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome depois dos esforços em termos de programas sociais e distribuição de renda, e sabe que isso é possível por meio desse conjunto de políticas. Queremos lançar essa iniciativa baseada nesses modelos. A questão da fome não é só de recursos financeiros e oferta de alimentos. Há países que produzem 11 vezes mais do que necessitam e ao mesmo tempo possuem fome. A questão é como mobilizar as instituições, como o FMI, o Banco Mundial e bancos de desenvolvimento em geral, para temas como a pobreza extrema", frisa.