"Sim, penso que estamos na década das oportunidades e há muitas coisas que estão mudando, todas as antigas normas, a natureza deste Estado, o fato de uma republicana nacionalista nunca ter sido primeira-ministra. Tudo isso expressa mudança", disse Michelle O'Neill sobre o referendo em entrevista à Sky News.
Contudo, em um documento que descreve as bases para o regresso do Partido Unionista Democrático à partilha do poder, o governo britânico sublinha que não vê "nenhuma perspectiva realista de uma votação fronteiriça". A primeira-ministra respondeu dizendo que "rejeita absolutamente" a afirmação de Londres de que um referendo sobre a unidade irlandesa está a décadas de distância.
"Refutaria absolutamente o que o governo britânico afirmou neste documento, na medida em que a minha eleição para o cargo de primeira-ministra demonstra a mudança que está ocorrendo nesta ilha", sublinhou O'Neill.
A ministra acrescentou que esta mudança pode beneficiar todos. Ela acredita que podem partilhar o poder, torná-lo estável, trabalhar juntos todos os dias em termos de serviços públicos e, ao mesmo tempo, prosseguir as suas aspirações igualmente legítimas.
Michelle O'Neill, uma apoiadora da unificação irlandesa, venceu as eleições parlamentares da Irlanda do Norte em maio de 2022, desbancando pela primeira vez o Partido Unionista Democrático, que dominou a república durante décadas.