O ministro das Relações Exteriores, Carlos Ramiro Martínez, disse em entrevista à Reuters na segunda-feira (5) que o governo guatemalteco está considerando desenvolver laços comerciais formais com a China, embora planeje manter as relações existentes com Taiwan.
"Continuaremos trabalhando com Taiwan nos níveis que temos feito, mas o presidente destacou que não podemos ignorar o peso e o poder que a China representa", afirmou Martínez.
A mídia ressalta que o presidente Bernardo Arévalo assumiu o cargo em meados de janeiro, em meio a um difícil processo de transição, prometendo pôr fim à corrupção e estabelecer relações com Pequim.
"Estamos interessados em abordá-los [os chineses] para tentar desenvolver alguma relação em torno do comércio", afirmou Martínez, acrescentando que isto poderia materializar-se em um "escritório de interesses comerciais" que ajudaria a encontrar um mercado chinês para os produtos guatemaltecos.
Por fim, o chanceler disse que estava verbalizando a intenção do governo "de forma pública, isto não é uma emboscada contra Taiwan ou os Estados Unidos", complementou.
Questionado sobre os comentários de Martínez, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que o princípio de Uma Só China é "a premissa fundamental e a base política para a cooperação da China com todos os países, incluindo a Guatemala".
"Espera-se que o novo governo da Guatemala responda à tendência histórica e contemporânea e tome uma decisão correta o mais rápido possível, que atenda aos interesses fundamentais e de longo prazo da nação e do povo guatemalteco", disse o porta-voz Wang Wenbin a repórteres nesta terça-feira (6).
Pequim vê Taiwan como uma província renegada que pertence por direito à China no âmbito da política de Uma Só China. A ilha autogovernada não declarou formalmente sua independência, mas afirma já ser, mantendo laços próximos a países ocidentais, principalmente os EUA.