O presidente da Ucrânia, Zelensky, disse à mídia italiana que considerava demitir o general Zaluzhny e resetar os cargos de alto escalão do governo.
Se Zelensky quer um resete, ele deveria começar por si mesmo e se afastar de Zaluzhny, disse Poroshenko durante discurso no parlamento ucraniano. Ele também pediu a retirada de membros os quais alega serem remanescentes da presidência de Viktor Yanukovich, deposto no golpe apoiado pelos EUA em fevereiro de 2014.
Poroshenko tornou-se presidente em junho daquele ano, a tempo de intensificar a "expedição de punição" contra as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk – duas regiões que se separaram da Ucrânia após o golpe e que acabaram por votar pela adesão à Rússia.
As tensões entre Zelensky e Zaluzhny têm aumentado durante os últimos meses, à medida que o principal general da Ucrânia discordava do presidente sobre a situação na linha de frente, que piora a cada dia. Os rumores mais recentes sobre a demissão iminente de Zaluzhny falavam sobre ele ser "recompensado" pelos seus serviços ao ser enviado ao Reino Unido como embaixador da Ucrânia. O chefe da inteligência militar Kirill Budanov e o comandante das Forças Terrestres, Aleksandr Syrsky, já eram apontados como potenciais substitutos.
Ao criticar as escolhas pessoais de Zelensky, Poroshenko também pressionou pela finalização da proibição da Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica, a qual chamou de "moscovita", em favor do apoio à Igreja Ortodoxa da Ucrânia, fundada durante a sua presidência.
Poroshenko enfrenta acusações de traição por supostamente ter comprado carvão dos independentistas de Donbass entre 2014 e 2015. Ele insistiu que o caso tem motivação política e não tem mérito para acusá-lo. O ex-presidente é atualmente o chefe da Solidariedade Europeia, um pequeno partido da oposição com 27 assentos na Suprema Rada, de 450 membros.