Devido ao seu estado de saúde mental frágil, descrito por Edwards como "uma depressão recorrente e de longa data", Julian Assange, delator responsável pelo maior vazamento de informações confidenciais da história dos Estados Unidos, é "avaliado como em risco de cometer suicídio".
Edwards, que é especialista em tortura no Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), afirmou ainda que se levado à julgamento nos EUA, o cidadão australiano corre o risco de "ser colocado em confinamento solitário prolongado" e poderá receber "uma sentença potencialmente desproporcional". Ao todo, Assange pode pegar até 175 anos de prisão por acusações de espionagem.
Assange teve papel fundamental na exposição de crimes de guerra dos Estados Unidos durante as guerras do Iraque e do Afeganistão. Os dados, obtidos por Chelsea Manning, foram expostos na plataforma WikiLeaks, fundada por Assange.
O ciberativista tem sido saudado como um herói contra o establishment político, e sua perseguição revelou um ataque por parte das nações ocidentais ao jornalismo e à liberdade de expressão.
Os juízes do Supremo Tribunal de Londres devem tomar uma decisão final sobre a extradição de Assange nos dias 20 e 21 de dezembro. Para Edwards, no entanto, Londres deveria garantir o "pleno cumprimento da proibição absoluta e inderrogável da tortura e de outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes" e recusar o pedido estadunidense.