Panorama internacional

ONU alerta que Assange pode sofrer tortura se for enviado aos EUA

A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo ao Reino Unido, nesta quarta-feira (7), para que bloqueie a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos. Segundo a especialista da organização, Alice Jill Edwards, o prisioneiro político pode ser vítima de torturas psicológicas nas prisões norte-americanas.
Sputnik
Devido ao seu estado de saúde mental frágil, descrito por Edwards como "uma depressão recorrente e de longa data", Julian Assange, delator responsável pelo maior vazamento de informações confidenciais da história dos Estados Unidos, é "avaliado como em risco de cometer suicídio".
Edwards, que é especialista em tortura no Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), afirmou ainda que se levado à julgamento nos EUA, o cidadão australiano corre o risco de "ser colocado em confinamento solitário prolongado" e poderá receber "uma sentença potencialmente desproporcional". Ao todo, Assange pode pegar até 175 anos de prisão por acusações de espionagem.
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Assange teve papel fundamental na exposição de crimes de guerra dos Estados Unidos durante as guerras do Iraque e do Afeganistão. Os dados, obtidos por Chelsea Manning, foram expostos na plataforma WikiLeaks, fundada por Assange.
O ciberativista tem sido saudado como um herói contra o establishment político, e sua perseguição revelou um ataque por parte das nações ocidentais ao jornalismo e à liberdade de expressão.
Os juízes do Supremo Tribunal de Londres devem tomar uma decisão final sobre a extradição de Assange nos dias 20 e 21 de dezembro. Para Edwards, no entanto, Londres deveria garantir o "pleno cumprimento da proibição absoluta e inderrogável da tortura e de outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes" e recusar o pedido estadunidense.
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