É o que aponta uma reportagem do jornal The New York Times, que analisou centenas de imagens que mostram até o uso de tratores e explosivos para destruir casas, escolas e outras estruturas civis. Os soldados ainda pedem a construção de assentamentos judeus, aos moldes do que ocorre na Cisjordânia.
Entre as contas mais ativas nas redes sociais, estão as de soldados do Corpo de Engenharia de Combate, que usam máquinas pesadas para limpar grandes extensões de terra. Em uma das gravações, um militar levanta o polegar para a câmera enquanto dirige um trator em Beit Lahia, no norte do enclave, a região mais afetada pelos confrontos. "Parei de contar quantos bairros apaguei", diz o comentário anexo.
Outro vídeo, gravado no início de janeiro nos arredores da cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, mostra soldados de engenharia de combate fumando narguilé enquanto explodem prédios residenciais.
Violação das leis da guerra
Conforme a publicação, as imagens têm causado grande indignação entre os internautas. Além disso, há denúncias de violação das Convenções de Genebra, que exigem "clara necessidade militar" para destruição de propriedades civis. A ação apresentada pela África do Sul que acusa Israel de cometer genocídio contra a população palestina do território chegou a usar essas imagens perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ).
Já o Exército de Israel declarou ao The New York Times que as postagens "deploráveis" dos soldados nas imagens não cumprem as ordens do Exército e que as "circunstâncias" estão sendo investigadas.
Mais de 28 mil palestinos já foram mortos nos confrontos no território, e, nesta semana, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou a proposta apresentada pelo Hamas para um cessar-fogo. Na ocasião, o líder israelense ainda prometeu aumentar as ações em Gaza.