De acordo com a Reuters, Trump, que parecia relatar uma reunião com líderes da OTAN durante um comício político na Carolina do Sul no sábado, citou um presidente de "um grande país", sem mencionar o nome, que o questionou: "Se não pagarmos, e formos atacados pela Rússia, você nos protegerá?"
"Eu falei: 'Você não pagou? Você é inadimplente?' Ele disse: 'Sim, digamos que isso aconteceu.' Não, eu não protegeria você. Na verdade, eu os encorajaria [os russos] a fazerem o que quisessem. Você tem que pagar."
O representante da Casa Branca, Andrew Bates, questionado sobre os comentários de Trump, disse que "encorajar invasões dos nossos aliados mais próximos por 'regimes assassinos' é terrível e desequilibrado — e põe em perigo a segurança nacional norte-americana, a estabilidade global e a nossa economia interna".
A Aliança Atlântica possui um dispositivo que garante a defesa mútua dos Estados-membros caso um deles seja atacado. Esta, inclusive, é a argumentação base utilizada por muitos aliados de Washington para a manutenção da aliança militar, considerada anacrônica por diversos observadores, uma vez que muito investimento foi feito ao longo do tempo nesse dispositivo.
Trump, que é favorito à nomeação presidencial republicana, foi um crítico feroz da OTAN quando era presidente, ameaçando repetidamente deixar a aliança. O ex-presidente cortou o financiamento norte-americano da OTAN e se queixava frequentemente de que os Estados Unidos estavam pagando mais do que o que seria considerado justo.
Despontando na liderança da corrida contra Joe Biden em algumas pesquisas, os aliados europeus temem que uma vitória de Trump em novembro possa comprometer o status da aliança. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse no mês passado que não acha que uma segunda presidência de Trump colocaria em risco o papel dos EUA.
Apesar das considerações em relação à manutenção da OTAN, Trump continua atacando a aliança. Ainda em janeiro, ele chegou a afirmar que não acreditava que os países da OTAN apoiariam os Estados Unidos se este fosse atacado.
Na contramão do Ocidente coletivo, Trump apelou à desescalada do conflito ucraniano e se queixou dos bilhões gastos até agora no apoio a Kiev, com tão poucas propostas políticas exequíveis para o fim do conflito.