A Bélgica perderá seu status de centro mundial de comércio de diamantes após impor sanções à sua importação da Rússia, disse o diretor do Departamento Europeu da chancelaria russa à Sputnik.
"A rejeição do suprimento de pedras preciosas russas levará inevitavelmente a que a Bélgica deixe de ser o centro mundial de comércio de diamantes, e outros países, longe de Bruxelas, assumirão essa posição", disse Artyom Studennikov.
Segundo ele, Bruxelas está, mesmo assim, criando "redes de seguros" e insistindo na necessidade de alargar o embargo a nível mundial. No entanto, o diplomata russo notou que o lobby de diamantes belga fala abertamente de uma perda de milhares de postos de trabalho e de um terço do comércio de bens.
"Os bancos internacionais estão revendo a política de crédito, considerando problemático a partir de agora o comércio de diamantes em Antuérpia, e vão fechar seus departamentos", sublinhou Studennikov.
Ele acrescentou que, nas condições atuais, as empresas vão se mudar para países que não rejeitam a cooperação mutuamente benéfica em prol dos interesses políticos de países terceiros.
"Ao tomar decisões sobre medidas de resposta a passos hostis, somos sempre guiados pelos objetivos de garantir efetivamente os interesses nacionais de nosso país e a sustentabilidade da indústria global de diamantes como um todo", resumiu Artyom Studennikov.
As restrições às importações de diamantes da Rússia para a União Europeia e os países do G7 entraram em vigor em 1º de janeiro de 2024 e, a partir de 1º de março, os países do G7 vão restringir gradualmente as importações de diamantes da Rússia processados em terceiros países.
Para controlar as restrições, está planejada a criação de um mecanismo de rastreamento e certificação até setembro. Além disso, o papel principal na implementação das sanções foi atribuído à Bélgica, onde está localizado o maior centro mundial de comércio e processamento dessas pedras preciosas, na cidade de Antuérpia.